Pesquisadores da Universidade Estadual de Boise, nos Estados Unidos, desenvolveram uma tatuagem eletrônica que combina coleta de energia e sensores biométricos em tempo real, diretamente sobre a pele. O objetivo é criar uma alternativa flexível e autossuficiente aos dispositivos vestíveis convencionais, sem depender de baterias externas ou substratos rígidos.
A inovação promete abrir novas possibilidades para monitoramento de saúde, interfaces homem-máquina e sistemas autossuficientes, aproveitando materiais avançados e técnicas de manufatura aditiva. O estudo demonstra como a integração de MXene e fibras eletrofiadas pode gerar dispositivos biocompatíveis e de alto desempenho para a próxima geração de eletrônicos, explica o TechXplore.
Como funciona a tatuagem eletrônica
A e-tatuagem utiliza fibras de PVBVA eletrofiadas, revestidas com MXene de carbeto de titânio (Ti₃C₂Tₓ), que permitem:
Coleta de energia via nanogerador triboelétrico, com densidade de potência de 250 mW·m⁻²;
Armazenamento de energia em capacitores de placas paralelas;
Monitoramento biométrico em tempo real, incluindo sinais de ECG e EMG;
Flexibilidade, respirabilidade e adesão à pele mesmo após estiramento, compressão ou torção.
O estudo destaca o potencial dos compósitos de MXene e polímeros na criação de dispositivos multifuncionais e adaptáveis à pele.
Ajay Pratap, estudante da Escola de Ciência e Engenharia de Materiais Micron da Universidade Estadual de Boise e envolvido no projeto, em nota.
Energia e monitoramento em uma única plataforma
Diferente de dispositivos termoelétricos ou células fotovoltaicas, o nanogerador triboelétrico aproveita o movimento humano para gerar energia, tornando a tatuagem eletrônica autossuficiente. Além disso, o armazenamento integrado permite que os biossinais sejam monitorados sem depender de fontes externas.
O professor David Estrada destacou que “ao combinar MXene com fibras eletrofiadas, criamos um sistema escalável e biocompatível que aprimora o monitoramento da saúde, a interação humano-máquina e a autonomia energética.”
Trajetória e impacto da pesquisa
O projeto se baseia em trabalhos anteriores da equipe, que demonstraram nanogeradores triboelétricos impressos e tintas de MXene para dispositivos de armazenamento de energia.
Leia mais:
Tinta de tatuagem afeta imunidade e eficácia de vacinas, diz estudo
Tatuagens de 2.500 anos são encontradas em múmia congelada
Tatuagem eletrônica monitora o cérebro e pode prever burnout
Em conjunto, essas pesquisas consolidam uma trajetória focada em materiais ultrafinos e multifuncionais, sistemas vestíveis autossuficientes, integração de monitoramento biométrico e geração de energia e tecnologias escaláveis e biocompatíveis.
A inovação abre caminho para dispositivos vestíveis de nova geração, capazes de monitorar saúde e gerar energia de forma contínua e confiável.
O post Tatuagem eletrônica monitora a saúde em tempo real apareceu primeiro em Olhar Digital.






