Falha permite que imagens de câmeras de vigilância sejam acessadas livremente

Mais de 60 câmeras de vigilância da empresa Flock, conectadas à internet, ficaram acessíveis ao público, permitindo que qualquer pessoa assistisse às imagens ao vivo, sem precisar de nome de usuário ou senha.

A descoberta foi feita pelo YouTuber de tecnologia Benn Jordan e pela 404 Media, levantando preocupações sobre privacidade e segurança, explicou o The Verge.

Falha expõe câmeras de vigilância ao público; qualquer pessoa podia assistir às imagens ao vivo sem login. Imagem: gorodenkoff / iStock

Observações impressionantes de Jordan

A Flock fornece tecnologia de câmeras inteligentes para milhares de agências de segurança pública e empresas em todo o país. Recentemente, a empresa firmou parceria com a Ring, permitindo que clientes solicitem imagens de usuários pelo aplicativo Neighbors.

Algumas câmeras da Flock são projetadas para escanear placas de veículos, enquanto outras, como as Condor, podem girar, inclinar e dar zoom automaticamente para rastrear pessoas e carros.

Em seu vídeo, Jordan compartilhou algumas situações captadas pelas câmeras:

Um homem saindo de casa em Nova York pela manhã.

Uma mulher correndo sozinha em uma trilha na Geórgia.

Um homem andando de patins e fazendo pausa para assistir a vídeos no celular.

Um casal discutindo em uma feira de rua em Atlanta.

Segundo Jordan, a inteligência artificial das câmeras aplicava automaticamente zoom nos alvos, registrando detalhes das ações das pessoas sem intervenção humana.

Câmeras com IA conseguem girar, inclinar e dar zoom, captando detalhes de atividades cotidianas de pessoas e veículos. Imagem: Al More/Shutterstock

Como as falhas foram descobertas

Jordan trabalhou com Jon “GainSec” Gaines, que já havia identificado vulnerabilidades no sistema da Flock. Usando o Shodan, mecanismo de busca de dispositivos conectados à internet, eles localizaram transmissões ao vivo e painéis de controle administrativos da Flock.

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Esses painéis permitiam não só visualizar as câmeras, mas também baixar arquivos de vídeo dos últimos 30 dias, alterar configurações, excluir gravações, acessar logs e executar diagnósticos — tudo sem necessidade de credenciais de acesso.

Vulnerabilidade permitia visualizar câmeras e alterar configurações sem precisar de credenciais. Imagem: Trismegist san/Shutterstock

A resposta da Flock

Em visitas a alguns dos locais monitorados, Jordan e Jason Koebler, da 404 Media, confirmaram que as filmagens públicas correspondiam a locais reais.

“Tratou-se de uma falha de configuração limitada em um número muito pequeno de dispositivos, e o problema já foi corrigido”, explicou um porta-voz da Flock.

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