Como as cobras conseguem engolir um bicho muito maior que elas sem morrer entalada

Imagine comer algo quatro vezes maior que a sua própria cabeça sem precisar mastigar. Para as cobras, essa proeza não é mágica, mas uma questão de engenharia biológica pura e fascinante.

A anatomia elástica da boca das serpentes

Segundo um estudo detalhado publicado na Ecology and Evolution, a capacidade de ingestão das cobras não vem de um “desencaixe” ósseo, mas de ligamentos extremamente elásticos que permitem que as mandíbulas se afastem de forma impressionante.

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Ligamentos de “chiclete”


Em vez de uma articulação rígida, tecidos elásticos conectam os ossos, permitindo uma expansão lateral massiva da boca.

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Caminhada mandibular


A cobra move cada lado da mandíbula de forma independente para “puxar” a presa para dentro da garganta aos poucos.

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Snorkel biológico


Para não sufocar, elas projetam a traqueia para fora da boca durante o banquete, garantindo a passagem de ar.

Desmistificando o mito da mandíbula desencaixada

Ao contrário da crença popular, as cobras não deslocam seus ossos. Elas possuem articulações altamente móveis que funcionam como dobradiças duplas. Essa flexibilidade permite que o crânio mude de forma temporariamente para acomodar a presa, voltando ao estado normal logo após a deglutição, sem causar qualquer lesão ao animal.

Mandíbulas independentes e extrema flexibilidade tornam a alimentação das serpentes uma obra-prima da biologia – (Imagem gerada por
inteligência artificial-ChatGPT/Olhar Digital)

A comparação entre a alimentação humana e a das serpentes

Abaixo, veja as principais diferenças anatômicas que permitem essa alimentação tão extrema em comparação aos mamíferos tradicionais.

Cobras não “deslocam” a mandíbula: ligamentos elásticos permitem engolir presas muito maiores que a cabeça – (Imagem gerada por
inteligência artificial-ChatGPT/Olhar Digital)

O esforço metabólico após a grande refeição

Engolir é apenas o começo de um processo exaustivo. Após ingerir uma presa gigante, o sistema digestivo da cobra trabalha em ritmo acelerado, produzindo ácidos potentes capazes de dissolver ossos e tecidos. Esse processo pode levar semanas, durante as quais o animal fica vulnerável e economiza energia para completar a digestão total do banquete.

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