Os saguis, também chamados de micos, são os menores macacos do mundo e vivem exclusivamente nas florestas da América do Sul. Eles ocupam um espaço importante na natureza, mesmo passando despercebidos por muita gente.
No Brasil, os saguis vivem em diferentes tipos de biomas, como a Amazônia, o Cerrado e a Caatinga. Em todos esses ambientes, as árvores são indispensáveis, porque é nelas que os animais se abrigam, encontram alimento e se deslocam com segurança.
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Onde vivem os saguis?
Os saguis vivem principalmente em áreas com árvores porque praticamente toda a rotina dos macaquinhos acontece nelas. É nos galhos que eles se locomovem, descansam, se escondem de predadores e buscam alimento. Por isso, mesmo em regiões mais secas, os saguis só conseguem sobreviver onde ainda existe vegetação arbórea suficiente.
No Brasil, existe uma grande variedade de saguis. Algumas espécies vivem na Caatinga, como o sagui-de-tufos-brancos, enquanto outras ficam no Cerrado, na Amazônia e em matas de galeria.
Entre elas, está o sagui-pigmeu (Cebuella pygmaea), considerado o menor primata do mundo, com peso que pode ficar abaixo de 100 gramas e dependência total da estrutura da floresta para sobreviver.
“Esses primatas são altamente dependentes da estrutura da floresta. O dossel, a parte mais alta da floresta, garante proteção contra predadores, facilita o deslocamento pelos galhos e concentra grande parte dos recursos alimentares usados no dia a dia”, explica o biólogo Fernando Magnani, consultor da MPFauna Ambiental.
Pesando menos de 100 gramas, o sagui-pigmeu é considerado o menor primata do mundo e precisa da cobertura das árvores para sobreviver
Papel ecológico dos saguis
Mesmo que sejam pequenos, os saguis têm funções fundamentais no funcionamento dos ecossistemas. Ao se alimentarem de frutos, eles engolem as sementes e as deixam cair em outros pontos da mata, fazendo com que novas plantas cresçam longe da árvore original.
Eles também ajudam a manter o equilíbrio entre os animais. A dieta inclui insetos, pequenos vertebrados e ovos, o que contribui para o controle populacional de outras espécies. Ao mesmo tempo, servem de alimento para aves de rapina e outros predadores, o que mantém o equilíbrio entre a caça e a sobrevivência.
Dieta dos saguis
Os saguis são animais onívoros, ou seja, se alimentam de uma grande variedade de alimentos. Na natureza, a base da dieta inclui frutas como mamão, manga e banana, além de flores e néctar, que fornecem energia.
Insetos como grilos e larvas também fazem parte do cardápio, assim como pequenos animais, como aranhas, lagartixas e, em algumas situações, filhotes de aves.
“A formulação de dietas para primatas em cativeiro é um processo complexo, que exige conhecimento especializado e a atuação de equipes multidisciplinares, envolvendo médicos veterinários, biólogos e zootecnistas. O trabalho em equipe é essencial para assegurar que todos os aspectos relacionados ao animal como: nutrição, saúde, comportamento e bem-estar físico e mental, sejam devidamente contemplados”, destaca a médica veterinária e primatóloga Mikaelly Frasson Biccas, coordenadora do Muriqui Instituto de Biodiversidade (MIB).
Reprodução dos saguis e cuidado coletivo
Uma das características mais marcantes dos saguis é o nascimento frequente de gêmeos. Diferente dos primatas maiores, que costumam ter apenas um filhote por gestação, os saguis desenvolveram uma estratégia reprodutiva baseada no cuidado coletivo.
Por isso, depois do nascimento, os filhotes passam a ser cuidados não só pelos pais, mas também pelos outros membros do grupo, que se revezam no transporte e na proteção dos recém-nascidos.
Por serem muito pequenos, os saguis precisam ficar atentos o tempo todo. Muitas vezes, ficam parados e se confundem com o ambiente ao redor para não serem vistos. Se percebem algum risco, conseguem correr rápido pelos galhos mais finos das árvores, lugares onde os animais maiores não alcançam com facilidade.
Além disso, outro diferencial é que os saguis se comunicam o tempo inteiro. Eles emitem sons diferentes para avisar quando encontram alimento, quando um membro do grupo se afasta ou quando há perigo por perto. Essa comunicação ajuda o grupo a agir junto, seja para se proteger ou para se reunir.
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