Dormir bem costuma aparecer como resposta para quase todos os problemas de saúde. Falta de concentração, ganho de peso, ansiedade, dor frequente e cansaço muitas vezes são associados a noites ruins. Por isso, é tão comum ouvir de todos os tipos de médicos que é preciso priorizar boas noites de sono.
Mesmo que o sono tenha um papel central no funcionamento do corpo, isso não significa que ele, sozinho, consiga prevenir ou resolver todas as doenças. O descanso de qualidade funciona melhor quando caminha junto com outros cuidados, como alimentação saudável, atividade física e acompanhamento médico.
“Dormir bem não é uma garantia absoluta contra doenças, mas é um dos pilares mais importantes da prevenção. O sono não substitui outros cuidados como alimentação e atividade física mas, sem ele, nenhum desses fatores funciona plenamente”, explica o médico especialista em sono Gleison Guimarães, professor da UFRJ.
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Principais sintomas da privação de sono
Sonolência excessiva durante o dia.
Dificuldade de concentração e memória.
Irritabilidade e mau humor.
Reflexos lentos e raciocínio mais devagar.
Desejo maior por alimentos calóricos e risco de problemas de saúde.
Por que só dormir bem não resolve tudo?
Dormir bem ajuda o corpo a funcionar melhor de uma forma geral, já que é durante o sono que o organismo controla processos inflamatórios, ajusta hormônios ligados à fome, ao estresse e ao crescimento das células.
Entretanto, isso não quer dizer que manter uma boa rotina de sono seja uma garantia contra doenças. Dormir bem reduz os riscos, mas não impede que elas apareçam. É como se o papel do sono fosse criar condições para que o corpo funcione melhor e responda a outros cuidados de saúde.
Em contrapartida, quando o descanso é insuficiente ou de má qualidade, as chances do paciente desenvolver problemas cognitivos, no coração, no metabolismo e no emocional aumentam.
A relação entre sono, obesidade, diabetes e hipertensão é direta. Dormir pouco desorganiza os hormônios que controlam a fome e a saciedade, favorece a resistência à insulina e contribui para o aumento da pressão arterial. Com o tempo, esse desequilíbrio no sono pode agravar ainda mais essas condições.
“Ter uma boa noite de sono não garante que você não vai ter uma doença degenerativa, mas alterações do sono acabam contribuindo para o desenvolvimento de queixas cognitivas e até de doenças degenerativas”, ressalta o neurologista Carlos Uribe, do Hospital Brasília, da Rede Américas.
Qualidade do sono vale mais do que a quantidade
O que realmente faz diferença é ter um sono de verdade, reparador, com ciclos completos e sem interrupções. Muitas pessoas podem até dormir muito, mas acordam cansadas — um sinal de que o descanso não está funcionando como deveria.
Com isso, surge aquele mito de que existe uma “poupança do sono”, na ideia de tentar compensar noites mal dormidas dormindo mais horas. Esse hábito pode até aliviar o cansaço de forma momentânea, mas não apaga os efeitos de uma privação crônica, já que o corpo não funciona como uma conta de horas acumuladas.
“Um descanso fragmentado, comum em casos de apneia ou alterações do ciclo do sono, impede que o cérebro se recupere. Com o tempo, isso pode criar um ciclo em que o sono piora a doença e a doença piora o sono”, afirma o neurologista Uribe.
Hábitos que ajudam a dormir bem
Alguns hábitos que podem ajudar a dormir bem são manter uma rotina de sono regular, com horários para dormir e acordar e evitar cafeína e telas eletrônicas próximas da hora de dormir, além de criar um ambiente silencioso e escuro.
Praticar atividade física durante o dia, fazer refeições leves à noite e separar momentos de relaxamento antes de dormir também são cuidados que podem fazer muita diferença.
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