Violência doméstica agrava doenças ginecológicas

Um estudo da Faculdade de Medicina da USP revelou que mulheres no climatério vítimas de violência doméstica apresentam índices significativamente maiores de doenças ginecológicas, alterações sexuais e comorbidades crônicas.

A pesquisa, conduzida pela mestranda Débora Krakauer com orientação do professor José Maria Soares Júnior, comparou mulheres de 40 a 65 anos com e sem histórico de agressões. Entre as vítimas, foram observados índices mais altos de endometriose (28% contra 10%), infecções ginecológicas (32% contra 10%), incontinência urinária (58% contra 26%) e dor pélvica crônica (82% contra 26%), além de maior prevalência de vaginismo (42% contra 6%).

Os impactos se estenderam à sexualidade e à saúde mental: 76% das vítimas relataram desconforto sexual, quase o dobro do grupo controle, com menor desejo e mais dor durante as relações. 

O estresse decorrente das agressões também se refletiu em doenças crônicas, com casos de diabetes nove vezes mais frequentes (18% contra 2%) e hipertensão quase duas vezes maior (54% contra 32%). “A violência doméstica não se restringe ao momento da agressão. Ela repercute na saúde sexual, reprodutiva, mental e social da vítima”, afirma Débora.

Todas as participantes vítimas relataram múltiplos tipos de violência ao longo da vida – 74% física, 66% sexual e 80% psicológica – e em 90% dos casos os episódios foram recorrentes. “A violência deixa marcas que não são apenas emocionais, mas também físicas, como dores crônicas, disfunções sexuais e maior incidência de doenças crônicas”, diz José Maria.

A matéria acima foi produzida para a revista AnaMaria Digital (edição 1499, de 12 de dezembro de 2025). Se interessou? Baixe agora mesmo seu exemplar da Revista AnaMaria nas bancas digitais: Bancah, Bebanca, Bookplay, Claro Banca, Clube de Revistas, GoRead, Hube, Oi Revistas, Revistarias, Ubook, UOL Leia+, além da Loja Kindle, da Amazon. Estamos também em bancas internacionais, como Magzter e PressReader.