A operação de fusão entre a Marfrig Global Foods e a BRF enfrenta um novo impasse. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) decidiu que a incorporação total das ações só poderá seguir adiante depois de uma nova análise pelo plenário da autarquia.
O presidente interino do Cade, Gustavo Freitas de Lima, encaminhou um despacho determinando que o caso seja reavaliado pelo colegiado.
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A expectativa é que a maioria dos conselheiros aprove essa deliberação, assinada na semana passada, como resposta a questionamentos recentes.
O impasse surgiu depois de uma representação da Minerva, que contestou a aprovação sem restrições, feita anteriormente pela Superintendência-Geral do Cade.
Segundo a Minerva, existe influência do fundo Salic (Saudi Agricultural and Livestock Investment Company) nas três empresas do setor.
Influência cruzada
No despacho, Freitas de Lima avaliou que, caso se comprove essa influência cruzada, ela representará um risco concorrencial ainda não devidamente avaliado.
O presidente do Cade também mencionou uma petição do fundo Nova Almeida Participações, sócio minoritário das duas companhias, que aponta possíveis irregularidades, principalmente em relação ao valor de troca das ações.
Quase 80% dos acionistas da BRF aprovam fusão com a Marfrig
Na manhã desta terça-feira 5, acionistas da BRF aprovaram a operação de incorporação da Marfrig pela companhia. Por volta das 15 horas, a decisão foi referendada em assembleia geral extraordinária por 78,39% dos acionistas da BRF.
De acordo com o fato relevante publicado pela BRF, a efetivação da incorporação depende da análise do Cade.
Presente em mais de 100 países, com mais de 130 mil colaboradores e uma capacidade de produção anual de cerca de 8 milhões de toneladas, a MBRF pretende se consolidar como uma das maiores empresas de alimentos do mundo.
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Em nota, a Marfrig destacou que a decisão foi confirmada em assembleia depois dos votos enviados por boletim eletrônico no fim de semana.
“A validação da maioria dos minoritários reforça ainda a confiança no processo, conduzido com higidez e em estrita conformidade com os protocolos legais e regulatórios aplicáveis, seguindo as melhores práticas de governança corporativa”, disse a empresa em nota à imprensa.
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