A Nasa quer dar um novo salto na corrida espacial ao construir o primeiro reator nuclear na Lua até 2030. A proposta, que deve ser oficializada nos próximos dias, prevê um sistema de fissão de 100 quilowatts de potência para abastecer futuras bases lunares com energia constante, algo que não é possível com painéis solares devido às longas noites no satélite natural da Terra.
Segundo informações obtidas pelo site americano Politico, a nova diretriz será anunciada pelo chefe interino da agência, Sean Duffy, e representa uma ampliação dos planos anteriores, que previam um reator de 40 quilowatts.
O objetivo é garantir o fornecimento de energia para missões tripuladas previstas pelo programa Artemis, que pretende estabelecer presença humana permanente na Lua.
“A diretiva determina que a agência solicite propostas da indústria para um reator nuclear de 100 quilowatts a ser lançado até 2030, uma consideração fundamental para o retorno dos astronautas à superfície lunar”, informou o Politico na última segunda-feira (4/8).
Corrida lunar se intensifica entre potências
O plano norte-americano também tem forte motivação geopolítica. A China, em parceria com a Rússia e outros países, pretende construir uma base na Lua e está investindo em tecnologias semelhantes.
Segundo a imprensa estadunidense, Duffy teria mencionado que, caso algum país chegue primeiro com um reator, poderá declarar uma zona de exclusão no local, o que limitaria a movimentação dos demais concorrentes.
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Além dos desafios técnicos, os Estados Unidos precisam lidar com cortes orçamentários recentes que podem afetar o cronograma da missão. Ainda assim, a nova diretriz visa manter os EUA na liderança da exploração lunar e consolidar presença no satélite.
Nos próximos meses, a agência deve começar a receber propostas da indústria aeroespacial para desenvolver o reator. Caso o plano avance conforme o esperado, será a primeira vez que uma tecnologia nuclear de grande porte operará fora da Terra.
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