Ucrânia revela como contrabandeou drones para dentro da Rússia

No início de junho deste ano, a Ucrânia lançou um dos seus maiores ataques desde o início da guerra contra a Rússia. Chamada de “Operação Teia de Aranha”, a ofensiva lançou drones contra estratégicos pontos militares russos.

Mais de dois meses depois do ataque bem-sucedido, as autoridades ucranianas revelaram mais informações sobre a missão. E disseram que se inspiraram em cartéis de drogas para planejar como contrabandear os equipamentos para dentro do território inimigo.

Conflito está sendo marcado pelo uso de drones (Imagem: Diy13/iStock)

Relembre como foi o ataque ucraniano

O planejamento do ataque envolveu o transporte de vários drones para o território russo de forma secreta.

Os dispositivos estavam escondidos em tetos falsos de caminhões e foram acionados remotamente.

Ao serem ativados, eles bombardearam aeródromos russos em cinco regiões.

Várias aeronaves pegaram fogo na região de Murmansk, perto da fronteira com a Noruega, por exemplo.

O local abriga um dos principais centros estratégicos da Rússia, hospedando aeronaves com capacidade nuclear.

A região de Irkutsk, no leste da Sibéria, também foi bombardeada, o que representou o primeiro ataque ao local desde o início da guerra, em fevereiro de 2022.

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Exército ucraniano se inspirou nos cartéis de drogas (Imagem: Olena_Z/iStock)

Empresa de fachada e pagamento de subornos

Em declaração feita nesta semana, Vasyl Malyuk, chefe do serviço de segurança interna da Ucrânia, afirmou que o exército aproveitou sua experiência no combate ao crime internacional para realizar o ataque de junho. Segundo ele, a ideia de contrabandear os drones para dentro do território russo foi inspirada na ação de cartéis de drogas.

O representante ucraniano explicou que uma empresa de logística foi criada especificamente para a operação. Ela comprou cinco veículos e alugou espaço de armazenamento para a operação. Um dos armazéns ficava no mesmo quarteirão da sede do Serviço Federal de Segurança da Rússia, na região de Chelyabinsk.

Guerra na região já dura mais de três anos (Imagem: evan_huang/Shutterstock)

Esta empresa de fachada, então, contratou cidadãos russos como motoristas. Estes funcionários realizaram entregas por um certo período antes do ataque, como foram de evitar qualquer tipo de suspeita. O chefe do serviço de segurança interna da Ucrânia disse que os trabalhadores não sabiam o que estavam transportando.

Malyuk ainda observou que o governo não pagou para que contrabandistas garantissem a entrada dos armamentos no país vizinho. Na verdade, ele disse ter subornado funcionários da alfândega na Rússia, os quais classificou como “muito corruptos”. As informações são do portal Business Insider.

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