Fernanda Lima fala sobre sua experiência com a menopausa

Em entrevista ao Fantástico, a apresentadora compartilhou os sintomas físicos e emocionais que tem enfrentado nessa fase. “Teve uma noite, em específico, que eu acordei fritando igual a tampinha da marmita. Eu comecei a suar muito, levantei da cama e fiquei um tempo parada no escuro pensando: isso não é normal”, contou. “Fui passando a segunda noite, aconteceu a mesma coisa, a terceira, quarta, quinta, sexta. Eu passei uma semana acordando no mesmo horário”, relembrou.

Fernanda destacou ainda os impactos na vida íntima. “O mais chocante da menopausa pra mim foi perder a libido. Não ter vontade de transar me afeta como mulher e afetou meu casamento.”

O relato chama atenção para a importância de falar sobre a menopausa, uma condição que vai além das ondas de calor e das mudanças de humor, afetando também a vida emocional e sexual das mulheres.

Menopausa precoce: um desafio em crescimento

A menopausa precoce tem afetado cada vez mais mulheres. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada 100 mulheres enfrenta o quadro antes dos 40 anos, e uma em cada 1.000 antes dos 30. O aumento preocupa, especialmente porque coincide com a tendência de adiar a maternidade. Dados do IBGE mostram que a idade média para ter filhos no Brasil era de 27,7 anos em 2020 e pode chegar a 31,3 anos até 2070.

Para Alessandra Rascovski, endocrinologista e diretora clínica da Atma Soma, muitas mulheres não se preparam para esse momento. “Muitas não se atentam para a questão hormonal e, ao colocarem em prática o projeto de ter filhos, acabam se surpreendendo com a dificuldade gerada pela queda na produção de óvulos.”

Fernanda Lima conta sua experiência com a menopausa. Foto: Reprodução

Diferença entre menopausa comum e precoce

De acordo com Alessandra, a definição é a mesma: a redução da função ovariana e a queda na produção de estrógeno. O que muda é a idade em que ocorre. “O que diferencia a menopausa comum em relação à precoce é somente o corte de idade”, explica.

Os sintomas também são semelhantes. “Além da interrupção da menstruação, incluem-se ondas de calor, suores noturnos, secura vaginal, diminuição da libido, dor nas articulações, cansaço muscular, irritabilidade, falhas na memória, ansiedade, entre outros”, detalha.

Fatores de risco e histórico familiar

Entre as causas possíveis estão doenças autoimunes, cirurgias, tratamentos contra o câncer, infecções virais, estilo de vida e exposição a substâncias conhecidas como disruptores endócrinos, presentes em plásticos, agrotóxicos e conservantes. A genética também pesa. “Se a mãe teve uma menopausa precoce ou tardia, há uma maior probabilidade de a filha seguir o mesmo padrão”, destaca a médica.

Menopausa precoce x menopausa prematura

A endocrinologista ressalta ainda uma distinção importante. “De forma respectiva, uma acontece abaixo dos 45 anos, enquanto a outra é considerada quando ocorre antes dos 40 anos”, explica. Ela lembra o caso de uma paciente que entrou na menopausa prematura aos 28 anos. “Esses são casos em que a reposição hormonal é mais do que indicada, pois seus reflexos serão mais duradouros, principalmente ao levar em consideração que hoje a expectativa de vida é mais alta.”

Resumo:
Fernanda Lima relatou os impactos da menopausa em sua vida pessoal, chamando atenção para os efeitos físicos e emocionais dessa fase. Especialistas explicam que a menopausa precoce e prematura têm aumentado e podem trazer implicações importantes para a saúde, exigindo acompanhamento médico e, muitas vezes, reposição hormonal.

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