O satélite NISAR, uma parceria da Nasa com a Agência Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO), alcançou um marco importante no espaço. Um refletor de antena de 12 metros, o maior já transportado ao espaço, foi instalado com sucesso e passa a operar em órbita baixa da Terra, permitindo o monitoramento preciso de fenômenos naturais e mudanças ambientais.
Dobrado como um guarda-chuva durante o lançamento, o refletor agora está totalmente estendido. Ele dará suporte aos sistemas de radar do NISAR, que conseguem medir deslocamentos sutis da crosta terrestre, acompanhar a movimentação de geleiras e registrar alterações em ecossistemas complexos.
A missão foi lançada no dia 30 de julho, a partir do Centro Espacial Satish Dhawan, na Índia. Desde então, o satélite executa operações para posicionar corretamente seus equipamentos científicos e garantir que os dados coletados tenham máxima precisão.
Leia também
Nasa divulga imagens inéditas de Marte em dia de céu limpo. Veja
Nuvens atrapalham lançamento, e Nasa adia envio de astronautas
Nasa: asteroide maior do que prédio de 20 andares se aproxima da Terra
Post da Nasa faz crescer interesse em região de Caldas Novas. Entenda
Como funciona a antena do NISAR
O refletor pesa cerca de 64 quilos e possui estrutura cilíndrica com 123 suportes e uma malha metálica banhada a ouro. Após a ativação de pequenos parafusos explosivos, ele se desdobrou completamente, travando na posição final com motores e cabos de sustentação.
Com 12 metros de diâmetro, o refletor atua como a “lente” do radar de abertura sintética (SAR). Para o sistema de banda L, ele simula uma antena de 19 quilômetros, permitindo gerar imagens da superfície terrestre com precisão de cerca de 10 metros.
Os satélites são usados em comunicações, observação da Terra, navegação, pesquisa científica, meteorologia e até mesmo defesa
Cobertura e monitoramento da Terra pela antena
O NISAR realizará varreduras de quase toda a superfície terrestre e de gelo duas vezes a cada 12 dias. Ele acompanhará geleiras, deformações causadas por terremotos e vulcões, deslizamentos e mudanças em ecossistemas florestais e de zonas úmidas.
O satélite combina dois sistemas de satélite de radar de abertura sintética: o de banda L, capaz de enxergar através de nuvens e dossel florestal, e o de banda S, mais sensível à vegetação leve e à umidade da neve. O refletor é essencial para o funcionamento de ambos.
Além de monitorar fenômenos naturais, os dados coletados pelo NISAR ajudarão na resposta a desastres, no planejamento de infraestrutura e na agricultura. Técnicas interferométricas permitem criar modelos 3D das mudanças da superfície ao longo do tempo.
Histórico e colaboração internacional do NISAR
O NISAR representa décadas de desenvolvimento em radar espacial pelo Jet Propulsion Laboratory (JPL), vinculado ao Caltech, nos Estados Unidos. O laboratório acumulou experiência em várias missões de observação da Terra, aprimorando tecnologias de radar de precisão para monitorar a superfície terrestre.
Desde o lançamento do Seasat, em 1978, o primeiro SAR dedicado à observação da Terra, até o Magellan, na década de 1990, que mapeou a superfície de Vênus usando radar, a tecnologia evoluiu significativamente. Essas missões permitiram criar imagens detalhadas do planeta, mesmo em áreas cobertas por nuvens ou vegetação densa.
O JPL gerencia o componente americano do NISAR, incluindo o radar de banda L, o refletor de 12 metros e os sistemas de comunicação de dados científicos. A ISRO fornece o radar de banda S, o ônibus espacial e os serviços de lançamento, além de operar a rede global de estações terrestres que monitora continuamente o satélite e garante a recepção de todos os dados coletados.
Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto!