Você já conversou com o Grok? Suas conversas podem estar públicas na internet

Mais de 370 mil chats do Grok foram publicados na internet e aparecem disponíveis em mecanismos de busca (como o Google), se tornando públicos. A descoberta foi feita pela Forbes, que ainda revelou que informações pessoais dos usuários, imagens e documentos compartilhados com a IA também foram publicados.

Em nenhum momento, o Grok alertou os usuários de que isso poderia acontecer. Inclusive, algumas das conversas revelaram que a IA desobedeceu regras estabelecidas pela empresa responsável. Em um dos casos, o chatbot forneceu um plano detalhado de como assassinar Elon Musk (seu criador).

Em algumas das conversas, Grok violou regras da xAI (Imagem: JRdes/Shutterstock)

Grok vazou conversas de usuários

O Grok tem um botão de compartilhamento que permite que usuários enviem o chat para outras pessoas usando um link único. Esses links foram publicados no site do Grok e disponibilizados por mecanismos de busca – ou seja, eles estão disponíveis na internet, para qualquer um ver (mesmo quem não recebeu o link diretamente).

Segundo a Forbes, os usuários não foram avisados de que isso aconteceria. Inclusive, algumas das conversas ‘vazadas’ continham dados pessoais, documentos, planilhas, imagens e até senhas.

Uma das conversas publicadas foi a do jornalista britânico Andrew Clifford, que usou o Grok para resumir as primeiras páginas de vários jornais e redigir tuítes para o perfil do site Sentinel Current. Ele revelou que não sabia que, ao clicar no botão de compartilhamento do chat, a conversa ficaria visível no Google.

Em alguns casos, os usuários fizeram perguntas de saúde, como medicina e psicologia – chegando até a enviar documentos pessoais, compartilhar nome completo e outras informações sensíveis, que agora estão públicos.

Foram mais de 370 mil conversas publicadas na internet.

Em um dos casos, Grok forneceu um plano detalhado de como assassinar Elon Musk (Imagem: xAI / Reprodução)

Grok pode ter violado regras da xAI

Algumas conversas foram mais reveladoras.

A xAI, empresa de inteligência artificial de Elon Musk responsável pelo Grok, proíbe o chatbot de “promover danos graves à vida humana” e “desenvolver armas biológicas, armas químicas ou armas de destruição em massa”. Não foi o que aconteceu.

Alguns dos chats ‘vazados’ mostraram que o Grok deu instruções de como fabricar drogas ilícitas, como codificar um malware autoexecutável, construir uma bomba e métodos de suicídio. Em um dos casos, a IA forneceu um plano detalhado para assassinar Elon Musk.

Grok passou por uma fase ‘rebelde’, sendo alvo de várias investigações sobre publicações polêmicas (Imagem: JRdes/Shutterstock)

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Recurso polêmico do Grok poderá ser investigado

Organizações de defesa do consumidor pediram à Comissão Federal de Comércio (FTC) e aos procuradores-gerais dos Estados Unidos que investiguem urgentemente a ferramenta “Imagine”, do Grok;

Lançada no início do mês, a função inclui o modo “Spicy”, que incentiva a produção de conteúdo sexual gerado por IA;

Testes mostraram que a ferramenta criou deepfakes de celebridades, como vídeos topless de Taylor Swift, mesmo sem solicitação explícita.

Veja os detalhes sobre o assunto aqui.

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