Os mistérios desvendados pela Central Intelligence Agency (CIA), agência de segurança dos EUA, começam antes mesmo de os agentes entrarem em seu prédio, na Virgínia (EUA). É que, logo na entrada, uma escultura com 1.735 caracteres esculpidos contém quatro mensagens criptografadas. Nas últimas décadas, três delas foram reveladas, mas uma permanece sem solução — e a resposta irá a leilão.
O autor da obra é o artista James Sanborn, que participou do concurso lançado pela CIA em 1988 como parte de uma grande reforma do complexo. Foi assim que nasceu “Kryptos” (palavra grega para “oculto”), uma escultura de um pergaminho desdobrado preso a um pedaço de madeira petrificada na vertical, inaugurada em 1990.
Desde então, a peça tem sido uma fonte de mistério e desafio para funcionários da agência, outros funcionários do governo e pessoas comuns. Sanborn produziu os códigos com ajuda de um criptógrafo aposentado da CIA, que o ensinou como funcionam esses sistemas, e escreveu os textos em colaboração com um escritor de ficção ao longo de quatro meses.
Seguindo em frente
A decisão de vender a resposta do código ainda indecifrado partiu do próprio escultor, que divulgou uma carta aberta anunciando o leilão para novembro deste ano, coincidindo com seu 80º aniversário e o 35º aniversário da construção de Kryptos;
“Sou artista em tempo integral há mais de 50 anos e, como muitos autônomos entenderão, sempre vivi uma vida de fartura ou fome. Agora, somem-se a isso as limitações da velhice e não tenho mais os recursos físicos, mentais ou financeiros para manter a seção de código K4 de 97 caracteres da minha escultura e continuar meus outros projetos”, escreveu;
A solução completa pode ser vendida por cerca de US$ 500 mil (R$ 2,7 bilhões, na conversão direta), de acordo com o IFLScience;
“Espero, sinceramente, que o novo dono opte por manter o K4 em segredo. Se não o fizer, então (PISTA), qual o sentido? O poder reside com um segredo, não sem ele”, disse o artista.
Leia mais:
Mistério em poema medieval é decifrado após 800 anos
IA ajuda a decifrar textos da era romana
Tumba egípcia revela descoberta rara de 4 mil anos
Quebra-cabeça na CIA
No início de 1998, um físico da CIA anunciou à agência que havia decifrado o código de três das quatro seções usando lápis e papel. Um ano depois, um cientista da computação da Califórnia (EUA) anunciou publicamente que havia feito o mesmo — agora, com um computador.
A primeira mensagem diz: “Entre o sombreamento sutil e a ausência de luz reside a nuance da ilusão”, com a palavra “ilusão” escrita de forma incorreta de propósito. Já a segunda mensagem sugere algo enterrado: “Langley sabe disso? Deveria: Está enterrado em algum lugar por aí. X, quem sabe a localização exata? Apenas WW.” WW eram as iniciais de William Webster, o então chefe da CIA.
A terceira mensagem altera uma passagem da descrição de Howard Carter, arqueólogo, sobre a abertura da tumba do Rei Tutancâmon, com palavras escritas incorretamente de forma proposital: “Lentamente, desesperadamente lentamente, os restos de entulho da passagem que obstruíam a parte inferior da porta foram removidos. Com mãos trêmulas, fiz uma pequena brecha no canto superior esquerdo”.
“Minha função de administrador do K4 terminou e espero, sinceramente, que haja uma transferência pacífica do código para seu novo proprietário. Já disse antes: mesmo quando o K4 for resolvido, seu enigma persistirá como K5”, profetizou Sanborn.
O post Resposta de código presente em escultura da CIA será leiloada; entenda apareceu primeiro em Olhar Digital.