Cor do carro influencia aquecimento das cidades. Saiba qual é a pior

O calor intenso em grandes centros urbanos é resultado de fatores como falta de áreas verdes, excesso de concreto e poluição do ar. Mas um novo estudo mostra que até a cor dos carros estacionados pode influenciar o aquecimento local, contribuindo para a intensificação das chamadas ilhas de calor urbanas.

A pesquisa, publicada na revista City and Environment Interactions em 5 de agosto, analisou como veículos parados nas ruas podem funcionar como pequenas fontes de calor. O fenômeno ocorre  não por conta da emissão de poluentes, mas devido às propriedades térmicas da pintura e dos materiais usados na estrutura dos automóveis.

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Escuro aquece, claro reflete

Para medir o efeito, os pesquisadores deixaram dois carros — um preto e um branco — expostos ao sol por mais de cinco horas. Durante um dia com termômetro marcando 36°C, o veículo escuro elevou a temperatura ao redor em até 3,8°C, enquanto o carro claro pouco influenciou o ar próximo.

Segundo os pesquisadores, isso ocorre porque tintas escuras refletem apenas de 5% a 10% da radiação solar, absorvendo grande parte do calor. Além disso, superfícies finas de metal, como aço e alumínio presentes na carroceria, aquecem rapidamente. Diferentemente do asfalto, que é mais espesso e demora a esquentar, os carros acabam irradiando calor com mais intensidade.

O efeito pode ser ainda maior em grandes cidades, onde veículos estacionados ocupam até 10% do espaço viário. Nesse cenário, a cor dos carros se torna um elemento adicional na dinâmica de calor urbano.

Soluções para reduzir o calor

Diante desse cenário, os cientistas defendem que o planejamento urbano considere o papel dos automóveis estacionados. Uma medida simples seria priorizar veículos claros, que refletem melhor a radiação solar. A lógica já é aplicada em telhados, calçadas e pavimentos, onde pinturas refletoras ajudam a reduzir o aquecimento.

O estudo cita ainda outras possibilidades, como criar áreas de sombreamento em estacionamentos, restringir a presença de carros em pontos críticos de calor e incentivar a adoção de veículos elétricos, que emitem menos calor do que os convencionais.

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