O governo dos EUA adquiriu uma participação de 9,9% na Intel, convertendo US$ 11,1 bilhões em subsídios da Lei de Chips e outros financiamentos.
O acordo, anunciado após Donald Trump pedir a renúncia do CEO Lip-Bu Tan, levantou preocupações entre investidores sobre o risco de maior interferência estatal em empresas privadas, conforme revelado pela Reuters.
Direitos e impacto nos acionistas
Embora o governo não tenha assento no conselho da fabricante de chips, o acordo dilui acionistas existentes e reduz seus direitos de voto.
A Fitch Ratings destacou que a medida melhora a liquidez da Intel, mas não altera sua classificação de crédito nem a demanda por seus produtos.
Críticos afirmam que o negócio cria um precedente preocupante, pois sugere que a Casa Branca pode pressionar empresas saudáveis em troca de participação acionária.
“Uma participação do governo em uma entidade privada cria potencialmente um conflito entre o que é certo para a empresa e o que é certo para o país”, alertou Robert McCormick, do Conselho de Investidores Institucionais.
Leia mais
EUA: Trump diz que vai apurar condutas do Brasil contra big techs
Governo prepara regulação de redes sociais em reunião com big techs
Por que big techs reclamam de STF, Anatel e Banco Central no Brasil
Intervenções cada vez mais frequentes
A operação se soma a outras intervenções extraordinárias do governo Trump em setores estratégicos, como aço, mineração e defesa. Para alguns analistas, essa atuação aproxima os EUA de práticas comuns em países europeus e asiáticos, onde o Estado participa ativamente em grandes empresas.
Outros, porém, enxergam sinais de risco de “capitalismo de Estado” e alertam para conflitos crescentes entre interesses públicos e privados.
O post Controle parcial da Intel pelo governo Trump assusta investidores apareceu primeiro em Olhar Digital.