Um homicídio investigado pelas autoridades do estado de Nevada, nos Estados Unidos, transformou o Burning Man, festival de arte e música no deserto de Black Rock, em cena de crime no último sábado (30). O caso envolve a morte de um homem encontrado “deitado em uma poça de sangue” por volta das 21h14, quase no mesmo momento em que o tradicional “The Man”, a escultura de madeira que simboliza o evento, começava a ser incendiada.
O episódio abalou os últimos dias do encontro, que reúne cerca de 70 mil pessoas e que, há anos, deixou de ser apenas uma experiência contracultural para se tornar um ponto de encontro estratégico da elite de tecnologia. Agora, o evento que costuma celebrar inovação, experimentação artística e conexões no Vale do Silício se vê marcado por uma investigação de homicídio em meio à desmontagem da cidade temporária erguida no deserto.
O “playground” do Vale do Silício
Nomes como Elon Musk, Mark Zuckerberg e Jeff Bezos já circularam pelo Burning Man, reforçando a imagem do festival como espaço de networking para líderes da indústria de tecnologia.
O vínculo mais icônico, no entanto, vem do Google: em 1998, Larry Page e Sergey Brin criaram o primeiro Google Doodle para avisar que estavam no evento, longe do escritório.
A popularidade entre executivos e empreendedores fez do Burning Man um ambiente associado à cultura da inovação e ao imaginário de comunidades criativas do setor.
Essa imagem, no entanto, agora é confrontada com o peso de uma cena criminal no coração da chamada “cidade que desaparece”, construída e desmontada anualmente em poucos dias.
Investigação em um evento temporário
Segundo o xerife Jerry Allen, o perímetro foi isolado imediatamente, com apoio de guardas federais do Bureau of Land Management e do setor forense do Condado de Washoe. O corpo, ainda sem identificação confirmada, foi levado para análise no Instituto Médico-Legal Regional.
A investigação enfrenta um desafio único: conduzir um caso criminal em um espaço temporário que será desmantelado até o meio da semana. Com a saída em massa dos participantes, autoridades avaliam como preservar depoimentos e evidências.
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Entre inovação e riscos
O Burning Man já registrou incidentes graves em edições anteriores, como a morte de um homem em 2017 ao correr em direção à escultura em chamas, além de acidentes de trânsito. Mas este caso é o primeiro a mobilizar uma investigação de homicídio nesse ambiente.
O Escritório do Xerife do Condado de Pershing alertou que, embora pareça se tratar de um ato isolado, todos devem permanecer “vigilantes sobre o ambiente e as pessoas ao redor”. A organização do festival reforçou a necessidade de não interferir nas ações policiais e destacou que a segurança da comunidade é prioridade.
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