Ibovespa recua 0,25% com cenário internacional e dados econômicos internos

Preocupações com o cenário internacional e indicadores econômicos internos influenciaram o desempenho do Ibovespa nesta quarta-feira, 3. Os fatores levaram o índice a registrar queda de 0,25%, aos 139.984 pontos, por volta das 13h30. No pregão anterior, desta terça-feira, 2, o índice já havia recuado 0,67% e encerrado a sessão em 140.335 pontos.

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No setor industrial brasileiro, os dados referentes a julho mostraram retração de 0,2%, resultado alinhado às previsões do mercado. Apesar disso, nos últimos 12 meses, houve crescimento acumulado de cerca de 2%, enquanto o acumulado de 2025 está em pouco mais de 1%. Em comparação a julho do ano passado, a alta foi de 0,2%.

Desempenho setorial e impactos internacionais no Ibovespa

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que a metalurgia teve o maior impacto negativo, com queda de quase 2,5%, de modo a interromper dois meses de alta. Contudo, produtos farmoquímicos e farmacêuticos lideraram os avanços, com elevação de quase 8% entre as 11 atividades analisadas.

Nos Estados Unidos, representantes dos governos brasileiro e norte-americano se reuniram no USTR, órgão responsável por questões de comércio internacional, para discutir a Seção 301. O objetivo é analisar possíveis práticas comerciais do Brasil que possam ser consideradas prejudiciais aos EUA, o que pode resultar em novas sanções tarifárias, conforme solicitação do presidente Donald Trump.

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No mercado global, investidores reagiram positivamente à decisão judicial que permitiu à Alphabet manter o controle do navegador Chrome e do sistema Android. Isso aliviou pressões sobre ações de tecnologia na Bolsa de Nova York. As ações da empresa têm grande influência sobre o índice norte-americano.

Paralelamente, o dólar operava em leve baixa de 0,12% em relação ao real, cotado a R$ 5,467 às 13h30, depois de registrar três altas consecutivas nos últimos dias. O cenário também refletiu o início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), que entrou no segundo dia nesta quarta-feira, 3.

Europa, juros e perspectivas para o Brasil

No ambiente europeu, a preocupação com o aumento da dívida pública em diversos países elevou o rendimento dos títulos do continente, conforme análise do Deutsche Bank e outras instituições financeiras. Nos Estados Unidos, os rendimentos das treasuries subiram depois de temores sobre interferência política no Federal Reserve, motivados pela judicialização da saída de Lisa Cook, integrante do banco central.

As taxas de juros futuras no Brasil encerraram o dia anterior em alta, em especial nos vértices longos da curva, influenciadas tanto pelo julgamento de Bolsonaro quanto pela possibilidade de novas sanções comerciais por parte do governo norte-americano. A audiência no USTR, movida por iniciativa de Trump, mantém o tema no radar dos investidores nacionais.

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