Há poucos dias, você leu aqui no Olhar Digital que o governo do Nepal bloqueou o acesso às redes sociais no país. A medida foi justificada como uma tentativa de coibir a desinformação causada por posts nessas plataformas.
Agora, manifestantes, em sua maioria adolescentes e jovens adultos, invadiram o complexo do Parlamento na capital do Nepal, segundo informa o The New York Times. Durante a manifestação, pelo menos 19 pessoas morreram e centenas ficaram feridas.
Geração Z se revolta contra decisão do governo nepalês
Segundo o jornal, milhares de manifestantes se reuniram perto do prédio do parlamento em Catmandu contra possíveis novas restrições do governo às plataformas e também contra a corrupção que assola o país.
A resposta do governo foi violenta. As forças de segurança usaram canhões de água, cassetetes e balas de borracha, e testemunhas afirmaram que também houve disparos de munição real. Pelo menos 400 manifestantes, a maioria adolescentes e jovens adultos, ficaram feridos.
Os desdobramentos das manifestações incluem:
Invasão do complexo do Parlamento em Katmandu;
Pelo menos 19 mortos e centenas de feridos;
Uso de força policial com canhões de água, cassetetes, balas de borracha e possivelmente munição real;
Bloqueio de rodovias e toque de recolher imposto pelo governo;
Protestos se espalhando para outras regiões do país.
Isso colocou ainda mais pressão sobre o primeiro-ministro K.P. Sharma Oli, com partidos de oposição e até alguns membros do governo pedindo sua renúncia.
Desigualdade econômica e corrupção levarão aos protestos no Nepal
A indignação da população nepalesa vem crescendo nos últimos tempos, principalmente em relação à desigualdade econômica e à percepção dos jovens em relação à falta de processos judiciais eficazes para lutar contra a corrupção.
Mas explodiram com a decisão do governo de bloquear o acesso às plataformas de mídias sociais, incluindo Facebook, Instagram, WhatsApp e WeChat, que desde o dia 5 de setembro precisam cumprir com uma série de requisitos para operar no país.
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Em vez da proibição das redes sociais, acho que o foco de todos está na corrupção. Queremos nosso país de volta – viemos para acabar com a corrupção
Sabana Budathoki, manifestante, à BBC.
Para outro manifestante, a proibição das redes sociais era para “silenciar” a voz das pessoas, por isso eles se levantaram contra a medida. Mesmo com as autoridades do país impondo um toque de recolher em volta do Parlamento, de acordo com o The New York Times, as manifestações continuaram bloqueando rodovias, com o governo enviando tropas e forças paramilitares para controlar os manifestantes.
Os protestos já se espalharam para outras regiões do país, no que pode ser a “agitação social e política mais violenta do Nepal Moderno”, afirma Jeevan Sharma, professor de Desenvolvimento Internacional e Sul da Ásia da Universidade de Edimburgo, em entrevista ao jornal.
Com um papel importante no dia a dia dos nepaleses, que utilizam os recursos dessas mídias para o trabalho e comunicação, cortar o acesso pode representar “cortar empregos”, explica a pesquisadora Nayana Prakash, do instituto de pesquisa Chatham House, em Londres, o que pode ter contribuído ainda mais para a revolta dos jovens.
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