O Sol é a principal fonte de vida e energia da Terra, mas também abriga fenômenos extremos que ainda desafiam a ciência. Entre eles estão os chamados tornados solares, enormes estruturas de plasma em rotação que se formam na atmosfera solar e ajudam a compreender melhor o comportamento do astro.
O tema ganhou destaque após observações feitas por telescópios espaciais e sondas de agências internacionais, que registraram a formação dessas gigantescas colunas de plasma em movimento. Mas afinal, o que são os tornados solares, como eles surgem e qual impacto podem ter para o nosso planeta?
O que são tornados solares e como se formam?
Os tornados solares são redemoinhos de plasma extremamente quente (um gás ionizado) que se movem sob a influência dos campos magnéticos do Sol. Diferentemente dos tornados terrestres, que dependem de tempestades atmosféricas, esses fenômenos solares nascem da interação entre plasma e campos magnéticos retorcidos.
Eles podem atingir proporções impressionantes: alturas equivalentes a várias vezes o diâmetro da Terra, temperaturas de milhões de graus Celsius e duração que vai de algumas horas a dias. Durante sua atividade, liberam quantidades colossais de energia.
Como e por que surgem os tornados solares?
Os tornados solares são consequência da rotação diferencial do Sol. Como o astro não gira como um corpo sólido, diferentes latitudes apresentam velocidades distintas. Esse movimento distorce as linhas do campo magnético até que elas se rompam e se reorganizem, formando redemoinhos de plasma na atmosfera.
Essas estruturas costumam aparecer na coroa solar, especialmente em áreas próximas às manchas solares, regiões conhecidas pela instabilidade magnética.
Relação com erupções solares e ejeções de massa coronal
Muitas vezes, os tornados solares estão associados a erupções solares ou ejeções de massa coronal (EMCs). Quando o campo magnético local se reorganiza de forma intensa, ocorre a liberação de enormes quantidades de energia.
Erupções solares (flares): liberam radiação em todo o espectro eletromagnético, desde ondas de rádio até raios gama.
Ejeções de massa coronal (EMCs): correspondem a explosões massivas de plasma e campos magnéticos que se desprendem da coroa solar e viajam pelo espaço.
Ambos os fenômenos podem afetar diretamente o ambiente espacial da Terra.
Qual é o impacto dos tornados solares para a Terra?
Apesar de não atingirem diretamente o nosso planeta, os tornados solares, quando associados a erupções ou EMCs, podem desencadear tempestades geomagnéticas. Esses distúrbios na magnetosfera da Terra afetam diversas áreas do cotidiano moderno:
Satélites: falhas em sistemas de comunicação e navegação (GPS).
Redes elétricas: risco de apagões em larga escala.
Aviação: aumento da exposição à radiação em voos de alta latitude.
Fenômenos visuais: geração de auroras em regiões atípicas, chegando até zonas de latitude média ou baixa.
Atividade magnética do Sol e o ciclo de 11 anos
Toda essa dinâmica faz parte do ciclo solar, que dura em média 11 anos e alterna entre períodos de mínima e máxima atividade magnética.
Durante o máximo solar, há aumento significativo no número de manchas solares, erupções, ejeções de massa coronal e, consequentemente, de tornados solares. Já no mínimo solar, esses fenômenos se tornam mais raros.
Essa variação cíclica ajuda cientistas a prever a probabilidade de eventos extremos e planejar medidas de proteção para satélites, redes de energia e sistemas de comunicação.
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Exemplos históricos de impacto solar na Terra
Embora os tornados solares em si não atinjam diretamente a Terra, os efeitos indiretos da atividade solar já provocaram grandes impactos ao longo da história:
1859 – O Evento Carrington: uma das maiores tempestades solares já registradas. O fenômeno afetou redes telegráficas ao redor do mundo e gerou auroras visíveis até em regiões tropicais.
1989 – Apagão em Quebec: uma ejeção de massa coronal causou falhas em larga escala na rede elétrica canadense, deixando milhões de pessoas sem energia por mais de 12 horas.
2006 – Erupção solar classe X: a radiação foi tão intensa que saturou satélites de GPS, evidenciando como a infraestrutura tecnológica moderna é vulnerável à atividade solar.
Acredita-se que fenômenos semelhantes também ocorram em estrelas do tipo anã amarela, como o Sol. Embora ainda não existam observações diretas de tornados em outros sóis, teorias astrofísicas apontam que eles não são exclusivos do nosso sistema.
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