Se a Terra passasse a girar na direção contrária, quase tudo mudaria: o clima, os ventos, as correntes marítimas e até a vida das espécies que conhecemos hoje.
Embora seja apenas uma hipótese científica, pesquisadores analisam esse cenário para entender como pequenas mudanças físicas podem ter impactos gigantescos no equilíbrio da vida na Terra.
Possíveis efeitos de uma Terra que gira ao contrário
O Sol nasceria no oeste e se poria no leste, alterando completamente nossa percepção do tempo.
As correntes oceânicas mudariam de direção, transformando desertos em áreas férteis e vice-versa.
O clima global seria radicalmente diferente, com efeitos diretos sobre agricultura e sobrevivência de espécies.
Ventos e tempestades seguiriam novos padrões, criando riscos e adaptações inéditas.
O impacto científico de inverter a rotação da Terra
Segundo a Encyclopedia Britannica, o principal efeito estaria nos sistemas climáticos: a inversão da rotação mudaria as correntes atmosféricas que regulam chuvas e secas. Um exemplo simples ajuda a imaginar o tamanho da transformação: áreas como o deserto do Saara poderiam se tornar verdes, enquanto regiões hoje férteis poderiam se transformar em desertos.
O site Live Science destaca que esse novo equilíbrio climático afetaria não só a agricultura, mas também a biodiversidade. Espécies adaptadas a determinados ambientes não sobreviveriam, e outras surgiriam em locais inesperados.
Conforme explica o pesquisador Florian Ziemen ao Live Science, o planeta continuaria existindo, mas seria outro mundo:
[Reverter a rotação da Terra] preserva todas as principais características da topografia, como tamanhos, formas e posições dos continentes e oceanos, ao mesmo tempo em que cria um conjunto completamente diferente de condições para as interações entre a circulação e a topografia.
Florian Ziemen, pesquisador do Instituto Max Planck de Meteorologia na Alemanha e cocriador de uma simulação da Terra girando ao contrário
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De acordo com a simulação, uma Terra que girasse ao contrário seria, no geral, mais verde. Os desertos encolheriam de forma significativa (em números, reduzindo algo como 11 milhões de km²), dando espaço para a expansão de gramíneas e plantas lenhosas em áreas antes áridas.
Essa transformação também faria com que a vegetação acumulasse mais carbono, alterando o equilíbrio natural do planeta. Por outro lado, novas regiões desérticas apareceriam em locais inesperados, como o sudeste dos Estados Unidos, o sul do Brasil e da Argentina, além do norte da China.
O sistema de ventos, responsável por fenômenos como os furacões, também mudaria radicalmente, conforme o site Science Focus. Isso significa que eventos extremos poderiam ocorrer em lugares onde nunca foram registrados.
Qual é a chance de a Terra mudar seu movimento?
Mas, então, qual seria a chance de a Terra realmente começar a girar ao contrário? Podemos falar em extremamente improvável. Afinal, para que isso acontecesse, seria necessária uma colisão gigantesca, com um corpo celeste do tamanho da Lua atingindo o planeta em cheio.
Um impacto dessa magnitude não só inverteria a rotação, como também traria consequências catastróficas para a vida na Terra, possivelmente impossibilitando a sobrevivência da maior parte das espécies. Ou seja, o planeta andar de ré seria o menor dos nossos problemas.
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