Câncer do 11 de setembro – entenda impacto da queda das torres gêmeas na saúde

Mais de duas décadas após os atentados de 11 de setembro, em Nova York, milhares de pessoas que estavam próximas ao World Trade Center ainda enfrentam problemas graves de saúde.

Bombeiros, policiais, voluntários e civis que respiraram a poeira tóxica liberada no colapso das torres gêmeas foram diagnosticados com diversos tipos de câncer e outras doenças crônicas.

Estudos realizados pelo Programa de Saúde do World Trade Center, que acompanha os atingidos pela tragédia, apontam que quase 50 mil pessoas já receberam diagnóstico de câncer desde os ataques. Os casos envolvem principalmente tumores de pele, próstata, mama, pulmão, rim, bexiga, além de linfomas, leucemias e câncer de tireoide.

Por que os números crescem

Os especialistas relacionam os diagnósticos tardios à presença de substâncias cancerígenas na nuvem de poeira que tomou conta de Manhattan após o desabamento. Entre elas estavam amianto, hidrocarbonetos policíclicos, metais pesados e sílica. Muitos desses agentes químicos têm longo período de latência, o que significa que os efeitos nocivos podem aparecer décadas depois da exposição.

Tragédia das torres gêmeas impacta saúde até hoje. Foto: Reprodução The New York Times

Até março deste ano, mais de 3.700 participantes do programa já haviam falecido, sendo que mais de 2.300 dessas mortes estavam associadas a cânceres desenvolvidos após o contato com os destroços. 

O número de vítimas fatais de doenças relacionadas já ultrapassa o total de mortos no dia do atentado, que foi de 2.977 pessoas.

Casos semelhantes na história

O impacto do 11 de setembro não é um fenômeno isolado na medicina. Situações em que populações inteiras foram expostas a agentes tóxicos ou radioativos também resultaram em diagnósticos tardios de câncer.

Foi o que aconteceu em Hiroshima e Nagasaki, após as bombas nucleares de 1945, em Chernobyl, no acidente nuclear de 1986, e no episódio do Césio-137 em Goiânia, em 1987.

Todos esses episódios reforçam como grandes catástrofes ambientais ou urbanas deixam marcas que vão além da destruição imediata, afetando a saúde de sobreviventes por gerações.

Resumo: 

Mais de 20 anos após os ataques de 11 de setembro, milhares de sobreviventes e socorristas convivem com cânceres e doenças crônicas resultantes da exposição a substâncias tóxicas liberadas no colapso das torres gêmeas. O número de mortes associadas à tragédia já supera o total de vítimas fatais do próprio atentado.

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