Novo teste digital promete diagnóstico mais rápido do Alzheimer

Pesquisadores da Universidade de Lund, na Suécia, desenvolveram um teste cognitivo, que pode ser feito pelo próprio paciente, para um diagnóstico mais preciso da doença de Alzheimer.

Segundo a equipe, o teste exige envolvimento mínimo da equipe de saúde, mas contribui para que o médico determine quais pacientes precisam de exames mais profundos para detectar a doença em seu início.

Alzheimer afeta cerca de 1,8 milhão de pessoas com mais de 60 anos no Brasil, mas apenas 20% dos casos são diagnosticados. Crédito: Antonio Marca/Shutterstock

Teste avalia o tempo de resposta do paciente

No teste, explica matéria no EurekAlert!, os médicos avaliam quanto tempo o paciente leva para lembrar-se de objetos e relacionar palavras. Isso ajuda a ter uma visão mais detalhada do que os testes atuais oferecem.

O procedimento é simples. O paciente deve:

Memorizar 10 palavras aleatórias.

Dizer a data atual.

Reconhecer as palavras em uma lista com 30 opções.

Os médicos observam não só se o paciente acerta, mas também a rapidez com que encontra as respostas e processa as informações.

Como os postos de saúde não têm tempo, recursos ou profissionais treinados para investigarem o Alzheimer com profundidade, diferente das clínicas especializadas em memória, o teste pode ser de extrema valia para agilizar o atendimento desses pacientes.

O exame de sangue que busca as proteínas beta-amiloide e tau, não está disponível no SUS nem é coberto pelos planos de saúde no Brasil. Crédito: angellodeco/Shutterstock

A atenção primária não dispõe de recursos, tempo ou conhecimento especializado para investigar a possível doença de Alzheimer da mesma forma que clínicas especializadas em memória.

Oskar Hansson, professor de neurologia na Universidade de Lund, em nota enviada à imprensa.

Para Hansson, “é aqui que ou um teste cognitivo digital pode fazer a diferença” e agilizar a resposta da equipe médica em instruir o paciente a buscar um especialista.

Alzheimer é a forma mais comum de demência

Novo teste pode agilizar a identificação de pacientes com Alzheimer e permitir que comecem mais rapidamente seu tratamento. Crédito: Studio Romantic/Shutterstock

Forma mais comum de demência, o Alzheimer afeta cerca de 1,8 milhão de pessoas com mais de 60 anos no Brasil. Embora apenas 20% dos casos sejam diagnosticados, o Alzheimer causa problemas de memória, fala e linguagem, além de afetar o humor dos pacientes.

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O diagnóstico é feito, geralmente, por meio de exames de sangue para descartar outras doenças, além de testes de memória e raciocínio que são realizados à mão para avaliar diferentes partes do cérebro, como desenhar um objeto ou fazer associações de palavras.

No entanto, esse tipo de exame de sangue, que busca as proteínas beta-amiloide e tau, ainda não está disponível pelo SUS nem são cobertos pelos planos de saúde no país, tornando o teste digital uma opção simples, barata e prática para identificar possíveis doentes.

“Nosso teste digital fornece uma primeira imagem objetiva – em estágio inicial e com maior precisão – de quais pacientes apresentam comprometimento cognitivo”, explica Pontus Tideman, doutorando do grupo de pesquisa de memória clínica da Universidade de Lund. “Isso indica quem deve prosseguir com o exame de sangue […] para detectar a patologia de Alzheimer no cérebro”.

A combinação do novo teste digital com o exame de sangue, torna o diagnóstico de Alzheimer mais preciso, permitindo que o médico tome decisões mais informadas e rápidas para iniciar o tratamento.

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