As informações presentes neste texto têm caráter informativo e não substituem a orientação de profissionais de saúde. Consulte um médico ou especialista para avaliar o seu caso.
As doenças autoimunes acontecem quando o sistema imunológico, que deveria ser seu aliado contra vírus e bactérias, se confunde e passa a atacar o próprio corpo. Em vez de proteger, ele age como se estivesse diante de uma ameaça externa, mas na prática está prejudicando células, tecidos e órgãos saudáveis.
O impacto pode aparecer em praticamente qualquer parte do corpo e os sintomas são bem variados. Essa diversidade torna o diagnóstico precoce mais desafiador, já que muitas vezes os sinais se confundem com outras condições.
Hoje já se sabe que existem mais de 80 tipos de doenças autoimunes, que podem atingir qualquer pessoa. No entanto, são mais comuns em mulheres, especialmente entre os 20 e 40 anos. Fatores genéticos, ambientais e até hormonais costumam estar entre os gatilhos que “acordam” o sistema imunológico contra o próprio corpo.
A seguir, conheça as 10 doenças autoimunes mais comuns e entenda como cada uma afeta o organismo, seus principais sintomas e os tratamentos disponíveis.
Quais as doenças autoimunes mais comuns?
Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES)Artrite reumatoidePsoríaseDoença celíacaEsclerose múltiplaDiabetes tipo 1Tireoidite de HashimotoDoença de GravesVitiligoSíndrome de Sjögren
Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES)
O lúpus é uma das doenças autoimunes mais conhecidas. Ele pode afetar pele, articulações, rins, cérebro e outros órgãos. Os sintomas variam bastante, mas os mais comuns são fadiga, dores articulares, manchas na pele (especialmente uma erupção em forma de borboleta no rosto), febres inexplicáveis e queda de cabelo.
Embora não haja cura, o tratamento com imunossupressores, corticosteroides e medicamentos antimaláricos pode ajudar a controlar os surtos e reduzir os danos aos órgãos.
Artrite reumatoide
A artrite reumatoide é uma condição inflamatória crônica que ataca as articulações, especialmente das mãos, pulsos e joelhos. Pode causar deformidades e, se não tratada, levar à incapacidade.
É diferente da osteoartrite (relacionada ao desgaste natural). Os sintomas incluem rigidez matinal, dor, inchaço e vermelhidão nas articulações. O tratamento envolve anti-inflamatórios, fisioterapia e medicamentos imunomoduladores.
Psoríase
Mais conhecida por suas manifestações na pele, como placas avermelhadas e descamativas, a psoríase é uma doença autoimune crônica que acelera o ciclo de vida das células da pele. Em alguns casos, pode evoluir para artrite psoriásica, comprometendo também as articulações.
A psoríase tem forte componente genético e pode ser desencadeada por estresse, infecções ou mudanças climáticas. Há tratamento com cremes, luz UV e terapias biológicas.
Doença celíaca
Ao contrário do que muitos pensam, a doença celíaca não é uma intolerância ao glúten, mas sim uma doença autoimune. Quando o portador ingere glúten (presente em trigo, cevada e centeio), o sistema imunológico ataca o intestino delgado.
Isso compromete a absorção de nutrientes, provocando sintomas como diarreia crônica, anemia, inchaço abdominal e perda de peso. O único tratamento eficaz é cortar totalmente o glúten da alimentação.
Esclerose múltipla
A esclerose múltipla (EM) é uma doença que afeta o sistema nervoso central. O sistema imunológico ataca a bainha de mielina, que é o revestimento que protege os neurônios, prejudicando a comunicação entre o cérebro e o corpo.
Os sintomas variam, mas podem incluir visão turva, fraqueza muscular, dormência, dificuldade de equilíbrio e fadiga. Embora não tenha cura, existem tratamentos que reduzem a frequência e intensidade dos surtos.
Diabetes tipo 1
O diabetes tipo 1 é uma doença autoimune em que o sistema imunológico destrói as células beta do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina. Com isso, o corpo não consegue regular os níveis de glicose no sangue.
Os sintomas incluem sede excessiva, perda de peso repentina, fadiga e necessidade frequente de urinar. O tratamento exige aplicação de insulina, monitoramento constante e controle alimentar rigoroso.
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Tireoidite de Hashimoto
Essa é uma das principais causas de hipotireoidismo. A doença autoimune faz com que o sistema imunológico ataque a glândula tireoide, reduzindo sua capacidade de produzir hormônios essenciais ao metabolismo.
Os sintomas incluem cansaço, ganho de peso, depressão, pele seca, constipação e sensibilidade ao frio. O tratamento é feito com reposição hormonal por meio de levotiroxina.
Doença de Graves
Ao contrário de Hashimoto, a Doença de Graves causa hipertireoidismo. O sistema imunológico produz anticorpos que estimulam a tireoide a liberar hormônios em excesso.
Isso acelera o metabolismo, causando perda de peso, ansiedade, tremores, insônia e olhos saltados (exoftalmia). O tratamento inclui medicamentos antitireoidianos, iodo radioativo e, em alguns casos, cirurgia.
Vitiligo
O vitiligo é uma doença autoimune em que o sistema imunológico ataca os melanócitos, as células responsáveis pela produção de melanina, o pigmento da pele. Como resultado, surgem manchas brancas em diferentes partes do corpo.
Apesar de não causar dor ou risco direto à saúde, o impacto emocional pode ser significativo. O tratamento envolve fototerapia, medicamentos tópicos e técnicas de micropigmentação.
Síndrome de Sjögren
Caracterizada pela destruição das glândulas produtoras de saliva e lágrimas, a Síndrome de Sjögren causa secura extrema nos olhos e boca. Também pode afetar articulações, rins, pulmões e sistema nervoso.
É comum que apareça associada a outras doenças autoimunes, como lúpus ou artrite reumatoide. O tratamento busca aliviar os sintomas com colírios, saliva artificial e medicamentos imunossupressores.
O diagnóstico nem sempre é simples. Como os sintomas variam muito, pode levar anos até que a condição seja identificada. Exames de sangue, testes de anticorpos específicos e biópsias são ferramentas usadas pelos médicos para chegar a um diagnóstico confiável.
As doenças autoimunes são mais comuns do que se imagina e, muitas vezes, silenciosas. Quanto antes forem diagnosticadas, maiores as chances de controle e menor o impacto na qualidade de vida.
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