A Firefly Aerospace ainda está estudando datas possíveis para retomar voos com o foguete Alpha após o acidente do Voo 6 em 29 de abril deste ano. A Administração Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos autorizou a retomada das operações após concluir uma investigação sobre o incidente junto à empresa e especialistas independentes do setor.
“Felizmente, as ações corretivas são simples: aumentar a espessura do sistema de proteção térmica no Estágio 1 e reduzir o ângulo de ataque durante as fases principais do voo. As ações corretivas já foram implementadas”, diz o comunicado da companhia.
As conclusões confirmaram que o sistema de segurança de voo da Firefly apresentou desempenho dentro do esperado em todas as fases do voo. Ambos os estágios Alpha pousaram com segurança no Oceano Pacífico e o lançamento não representou nenhum risco à segurança pública, de acordo com a FAA.
(Imagem: Firefly Aerospace/Divulgação)
Relembre o acidente
O foguete Alpha foi lançado a partir da Base da Força Espacial de Vandenberg, na Califórnia, às 10h37 (pelo horário de Brasília) em meio a uma densa neblina;
Após a separação dos estágios, o segundo módulo apresentou um comportamento anormal e tentou corrigir a rota, sem sucesso;
O bico do motor do módulo acabou atingindo, comprometendo a trajetória do foguete, que acabou entrando em uma órbita mais baixa do que a prevista inicialmente;
A missão “Message in a Booster” tinha como objetivo levar ao espaço o satélite experimental LM 400, desenvolvido pela Lockheed Martin.
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O que diz a investigação
As autoridades investigaram as possíveis causas do acidente através de vídeos captados da Terra, dados de telemetria de bordo, testes empíricos pós-voo e a análise de Dinâmica de Fluidos Computacional. A apuração mostrou que o primeiro estágio do Alpha sofreu uma ruptura milissegundos após a separação. E que a onda de pressão atingiu o segundo estágio do Alpha, levando à perda da extensão do bico do motor e reduzindo substancialmente a propulsão da etapa seguinte.
O segundo estágio conseguiu recuperar o controle de atitude e continuou a subir a uma altitude de 320 km até esgotar estoque de propelente. O Alpha ficou a apenas três segundos de atingir a velocidade orbital e cinco segundos da órbita pretendida de sua carga útil, de acordo com a Firefly.
“Cada missão nos fornece mais dados e nos permite melhorar continuamente. Após todas as lições aprendidas e ações corretivas implementadas, conseguimos aumentar ainda mais a confiabilidade da Alpha. Somos gratos à FAA, aos nossos clientes e ao conselho de revisão independente pelo apoio contínuo durante todo este processo”, disse Jordi Paredes Garcia, Engenheiro-Chefe da Alpha na Firefly Aerospace.
Essa será a terceira missão lançada pela Firefly para a Lockheed Martin e a primeira do acordo de lançamentos múltiplos fechado com a empresa, que inclui até 25 voos nos próximos cinco anos. A demonstração tecnológica do LM 400 faz parte do projeto da Lockheed Martin de construir um ônibus espacial multimissão.
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