Durante escavações realizadas no deserto de Gobi, na Mongólia, pesquisadores encontraram uma nova espécime de paquicefalossauro: o Zavacephale rinpoche. Conhecido como dinossauro com “capacete”, esse é o fóssil mais antigo da espécie, além de ser o mais completo já achado, contendo o crânio praticamente inteiro e outras partes do corpo, como ossos da mão, perna, pedaços da cauda e cálculos estomacais.
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A pesquisa foi liderada pela Universidade Estadual da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, e publicada nessa quarta-feira (17/9) na revista científica Nature.
O dinossauro viveu há cerca de 108 milhões de anos, durante o período Cretáceo Inferior. A descoberta antecipa o surgimento dos paquicefalossauros em quase 15 milhões de anos.
O nome de batismo da espécie está ligado a seu crânio abobadado, como se ele tivesse um “capacete” natural na cabeça. Em tibetano, “Zava” significa “raiz ou origem”, enquanto “cephal”, em latim, significa “cabeça”. Já “rinpoche” é traduzido como “precioso” em tibetano, fazendo referência ao crânio especial.
Exames em um pequeno pedaço da perna revelaram que mesmo tendo o “capacete” totalmente formado em sua cabeça, o Z. rinpoche ainda era jovem quando morreu. Ele tinha cerca de um metro de altura.
Objetivo do capacete do dinossauro
Na época, a espécime vivia no local que hoje é o deserto de Gobi, em um vale cercado por lagos e penhascos. Os paquicefalossauros eram herbívoros e costumavam ter cerca de 2,1 metros de altura, pesando entre 360 e 410 kg.
O crânio do dinossauro com capacete foi encontrado praticamente completo
Famosa pela cabeça com topo avantajado, a espécie é frequentemente retratada utilizando o atributo para duelar contra os próprios pares ou com outros tipos de dinossauros. No entanto, cientistas afirmam que a característica era utilizada como um comportamento sociosexual.
“Os domos não teriam ajudado contra predadores ou para regular a temperatura, então provavelmente serviam para se exibir e competir por parceiros”, explica uma das autoras do artigo, Lindsay Zanno, em comunicado.
Descoberta para o futuro
Segundo o autor principal do estudo, Tsogtbaatar Chinzorig, da Academia Mongol de Ciências, a completude do exemplar “joga luz” nos estudos sobre as características dos paquicefalossauros.
“Z. rinpoche é um espécime importante para a compreensão do desenvolvimento da cúpula craniana dos paquicefalossauros, que tem sido debatido há muito tempo devido à ausência de espécies divergentes iniciais e à natureza fragmentária de quase todos os fósseis de paquicefalossauros”, diz Chinzorig.
Com mais evidências, os pesquisadores pretendem aprofundar ainda mais as investigações de como surgiu esse atributo craniano curioso nos paquicefalossauros.
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