Chips cerebrais: China desafia Neuralink, de Musk

Há anos os Estados Unidos dominam o mercado de chips cerebrais. Com a promessa de ajudar pessoas com algum tipo de paralisia e podem mudar por completo a vida delas, a Neuralink, de Elon Musk, já implantou alguns dispositivos em humanos.

No entanto, o empresário agora está observando um rápido avanço de startups chinesas. A Shanghai StairMed Technology, por exemplo, divulgou um vídeo de um paciente paraplégico jogando no computador usando apenas seus pensamentos.

Disputa pode acelerar o avanço da tecnologia (Imagem: H_Ko/Shutterstock)

China considera o setor como estratégico

Segundo informações do portal Bloomberg, o setor é considerado estratégico pelo governo da China. Em julho deste ano, Pequim prometeu apoio em pesquisas, ensaios clínicos e comercialização, diminuindo a burocracia envolvendo as empresas que atuam neste campo.

Este ano estamos vendo o que você pode chamar de uma fase explosiva de crescimento. Os EUA ainda mantêm a liderança quando se trata de desenvolvimento completo em nível de sistema. Mas estamos nos recuperando rapidamente e liderando em algumas áreas específicas.

Zhengtuo Zhao, fundador da chinesa StairMed

China quer liderar o mercado de chips cerebrais até 2030 (Imagem: Maria Passer/Shutterstok)

O presidente Xi Jinping estabeleceu um objetivo claro: estabelecer duas a três empresas líderes mundiais e um ecossistema completo até 2030. Com isso, a China prevê interfaces cerebrais incorporadas em itens do dia a dia, como fones de ouvido e óculos, sugerindo como a função pode se tornar um princípio central da tecnologia futura.

Neste cenário, investidores estão correndo para capitalizar os rápidos avanços da indústria. O financiamento de risco para o setor em 2025 já mais que dobrou em relação aos níveis de 2024, levantando pelo menos 1,1 bilhão de yuans (cerca de R$ 821 milhões).

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Neuralink, de Musk, domina o mercado de chips cerebrais (Imagem: kovop/Shutterstock)

Neuralink enfrenta concorrência

A maior empresa do mercado de chips cerebrais hoje é a empresa de Musk.

Além de já ter implantando os dispositivos em humanos, a companhia já realizou diversos testes em animais, mas cerca de 1.500 deles acabaram morrendo.

Isso motivou críticas ao uso dos dispositivos.

Além disso, em um dos pacientes humanos os fios dos chips retraíram, reduzindo o número de eletrodos capazes de decodificar sinais cerebrais.

A Neuralink conseguiu restaurar alguma funcionalidade ajustando o algoritmo para aumentar a sensibilidade, mas o caso gerou ainda mais discussões sobre a segurança e eficácia das operações.

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