Suicídio na Visão Espírita

Suicídio na Visão Espírita

                       Setembro Amarelo: sinal vermelho para a os casos de suicídio

 

Estamos em setembro, mês em que se trabalha a prevenção ao suicídio, que se tem tornado uma das grandes preocupações da sociedade, uma vez que o número de casos aumenta a cada dia, assumindo, sem dúvida, uma conotação de epidemia.

O mais alarmante ainda é o cada vez maior número de jovens e até crianças optando por essa desesperada alternativa como estratégia de solução de problemas e conflitos, ou sabe-se lá o que mais.

Não pretendo enveredar pelas causas, que são múltiplas e requerem um estudo mais aprofundado, mas me permito utilizar este espaço para esclarecer como o espiritismo vê essa questão.

Para nós, a vida verdadeira é a do espírito, imortal e indestrutível. A tão temida morte apenas nos liberta do corpo material, “vestimenta” utilizada durante a encarnação para que o espírito viva as experiências no mundo da matéria, com seus erros e acertos, trilhando, assim, o caminho inexorável no rumo da evolução.

O Cristo afirmou: “nenhuma ovelha se perderá do meu rebanho”. Por essa razão, e observando o comportamento ainda longe do ideal por parte da quase totalidade dos seres humanos, fica claro para nós que a afirmação de Jesus só poderá se cumprir se várias oportunidades forem dadas, até que as criaturas aprendam a utilizar o livre-arbítrio para a promoção do bem e do amor ao próximo.

Se enfrentamos problemas nesta encarnação, temos que ter claro na mente que eles são apenas consequências de equívocos de nossas posturas, seja no presente ou no passado, de modo que fugir deles é mais ou menos como comprar um carro a prestação e depois ignorar os boletos.

O suicida não vai para o inferno, como muita gente crê! Também não será agraciado com uma anistia absoluta. Trata-se de uma oportunidade desprezada, que gera consequências, uma vez que adia os compromissos da presente encarnação, além de contrair novos, por conta do gesto equivocado.

Eles não são castigados por Deus! Aliás, ninguém é! Acontece que instantes após o gesto tresloucado, o suicida constata que permanece vivo, embora fora do corpo, que os problemas que o levaram equivocadamente à fuga permanecem, somados ao arrependimento imediato e que tudo isso junto gera um grande sofrimento.

Quando você encara a vida sob a perspectiva da eternidade, os problemas não deixam de existir, mas assumem uma conotação menos catastrófica, pois, como a própria vida material, tendem a passar. Como dizia o “nosso” Chico Xavier: “isso também passa”.

É enfatizando o amor de Deus, concretizado nas múltiplas oportunidades pela via da reencarnação, que entendemos ser possível dissuadir as pessoas dessa alternativa equivocada.

Todos caminhamos para a evolução. As dificuldades ou são consequências de nossos equívocos ou desafios necessários ao nosso progresso, como aqueles problemas assustadores dos livros de matemática, mas que com disciplina e estudo, serão oportunamente solucionados.

A morte não é o fim. Ao contrário: ela nos restitui à nossas origens espirituais, mas ela deve vir no “tempo de Deus”, ou seja, de acordo com a programação necessária para o nosso progresso, o que inclui obstáculos e dificuldades, mas todos passíveis de enfrentamento e vitória.

 

Edson Sardano