Flores secas ocupam espaço crescente em arranjos e na decoração de interiores. Elas encantam pelo visual, mas também pela durabilidade, afinal, ao contrário das frescas, não murcham em poucos dias.
As plantas podem permanecer preservadas por anos desde que recebam cuidados específicos, mas isso não quer dizer que elas sejam eternas. Em média, quando bem cuidadas, elas duram três anos.
“Mesmo perdendo um pouco da cor com o tempo, permanecem encantadoras”, explica a florista Giuliana Gini, fundadora da Escola de Flores Secas e Ateliê Florencia, de São Paulo.
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Por outro lado, flores que se desfazem ao toque, desbotaram completamente ou que estão tomadas de mofo e poeira devem ser jogadas fora para não comprometer a saúde dos habitantes da casa.
“Os principais sinais de que as flores já não estão tão boas incluem: esfarelamento, queda de pétalas ou plumas, presença de mofo ou fungos devido à umidade e, também, o desbotamento ou amarelamento das pétalas, que ocorre quando ficam expostas a muita luminosidade e perdem os pigmentos”, explica a florista Mayara Peixoto, da Pétala Design Floral, de Porto Alegre (RS).
Como são feitas as flores secas?
A preparação começa logo após a colheita. A retirada da terra é feita com cuidado, sem danificar as raízes. Em seguida, as plantas passam por desidratação que leva de sete a quinze dias. As secas em estufa, quando desidratadas com técnica, resistem melhor que as secas ao ar livre.
Mayara explica a diferença: “As flores secas naturalmente ao ar livre podem reter parte da umidade, o que aumenta as chances de criar mofo ou de estragar. Já as desidratadas com as técnicas corretas preservam melhor o formato e a intensidade da cor, aumentando a durabilidade.”
Para dar um aspecto ainda mais brilhante às plantas, elas muitas vezes, recebem tingimento com anilina diluída em água ou sprays coloridos. Há, porém, plantas que naturalmente são mais duradouras quando secas. Espécies como sempre-viva, mosquitinho (gypsophila), lavanda, statice e eucalipto se destacam na preservação.
Flores que são secas naturalmente acabam perdendo o tom de suas cores
Como conservá-las?
Fungos são os principais inimigos da conservação das plantas e eles aparecem especialmente em ambientes escuros e úmidos. O mofo pode danificar as pétalas e destruir as estruturas da planta.
“Evitar o sol direto e escolher um ambiente seco e arejado faz toda a diferença”, orienta Mayara. A iluminação pode estar presente, mas a insolação deve ser indireta. “O ideal é manter longe de lavanderias e banheiros, priorizando locais mais secos.”
A única exceção é o eucalipto. A planta suporta vapor de água e pode ser usada até em banheiros, onde libera aroma característico. Ainda assim, recomenda-se que não haja acúmulo de umidade no espaço para evitar danos.
Para arranjos menores, há técnicas que reforçam a conservação. Guardar dentro de cúpulas ajuda a evitar contato direto com poeira e umidade. O uso de laquê de cabelo também é indicado, já que cria película protetora em torno das pétalas.
“A dica é aplicar spray fixador de cabelo a 20 ou 30 cm das flores, criando uma camada protetora que evita que a poeira se fixe. Essa manutenção pode ser feita a cada 30 dias ou conforme a necessidade, dependendo do local em que o arranjo está exposto”, completa Mayara.
A limpeza das flores
Outro inimigo das flores secas são os ácaros, poeira e teias de aranha, que podem ser desfavoráveis para a qualidade do ar doméstico, além de estragar o aspecto das plantas.
Por isso, manter as flores limpas é fundamental. Giuliana recomenda duas estratégias. “O pó pode ser retirado com delicadeza usando um pincel de maquiagem macio. Outra dica é usar o secador no ar frio e com pouca intensidade, sempre mantendo distância”, ensina.
A durabilidade pode alcançar vários anos, mas depende de onde as flores são colocadas e do cuidado periódico. Evitar luz excessiva, proteger da água e retirar o pó regularmente são passos que prolongam a vida dos arranjos secos.
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