Eclipse solar é o último de 2025: saiba tudo sobre o evento

Neste domingo (21), o céu de algumas localidades na Terra será tomado por um espetáculo incrível: o último dos quatro eclipses de 2025. Ele será do tipo solar parcial e terá transmissão ao vivo pelo Olhar Digital.

Em março, um eclipse lunar total foi seguido duas semanas depois por um solar parcial. Agora em setembro, a história se repete: o Sol volta a ser parcialmente encoberto exatamente duas semanas após a “Lua de Sangue” do dia 7.

Eclipse solar parcial fotografado em 2022 no céu da Patagônia argentina. Crédito: Aixa Andrada via APOD NASA

O que é um eclipse solar

Eclipses acontecem quando a luz de um astro, própria ou recebida, é bloqueada, parcial ou totalmente, pela passagem de outro corpo celeste. No caso dos solares, a Lua se posiciona entre a Terra e o Sol, projetando uma sombra que pode encobrir o disco solar de maneiras diferentes:

Total – o Sol é coberto por completo, e o dia escurece por alguns minutos;

Anular – a Lua fica mais distante e não cobre todo o Sol, formando uma auréola de luz conhecida como “anel de fogo”;

Parcial – apenas uma parte do disco solar é encoberta, sem grandes mudanças na luminosidade do dia.

Animação mostra um eclipse solar parcial (quando a sombra da Lua não cobre todo o disco do Sol). Imagem: Gifs.Eco.BR

Como dito, o fenômeno deste domingo é parcial, o tipo mais comum. Há ainda o híbrido, mais raro, que mistura características do total e do anular, (como o que aconteceu em abril de 2023).

Onde evento poderá ser observado

Hoje em dia, qualquer eclipse pode ser visto por todo mundo que tenha acesso à internet, mesmo ocorrendo a milhares de quilômetros de distância. Mas, em termos de “público presencial”, digamos assim, a “plateia” deste evento será bem limitada – apenas 16,6 milhões de pessoas, o que corresponde a 0,20% da população mundial, terão essa oportunidade.

Animação mostra trajeto do eclipse solar parcial de 21 de setembro de 2025. Crédito: InTheSky

Na Antártica, algumas bases de pesquisa terão as melhores condições de observação. A Estação Mario Zucchelli verá 72% do Sol encoberto, a Estação McMurdo registrará 69%, e a plataforma de gelo Ross terá cerca de 65% de ocultação do astro. Já a Base Marambio terá apenas 5%, e a Península Antártica, mais a leste, verá uma cobertura de 12%.

Na Nova Zelândia, o eclipse começará ao nascer do Sol, com ele parcialmente coberto desde o início. Invercargill terá 72% do disco solar escondido, Christchurch 69%, Wellington 66% e Auckland 60%.

Na Austrália, o espetáculo será visível de uma faixa estreita ao longo da costa leste, incluindo locais como a Ilha Macquarie, que poderá observar quase 80% do Sol coberto. 

Algumas ilhas do Pacífico Sul também poderão acompanhar o eclipse, embora de forma mais discreta: Tonga, por exemplo, verá 32% de cobertura do Sol, Fiji 27%, Ilhas Cook 23% e Samoa 17%.

Que horas é o eclipse?

Um eclipse solar parcial passa por três estágios distintos:

Início da parcialidade: A Lua começa a se mover sobre o disco do Sol.

Eclipse máximo: O eclipse atinge a magnitude máxima, quando a Lua cobre mais do disco solar do que em qualquer outro momento.

Fim do eclipse solar parcial: A Lua para de cobrir o Sol e se distancia dele.

O primeiro estágio do eclipse deste domingo começa às 14h29 (pelo horário de Brasília), sobre o Oceano Atlântico, com a magnitude máxima ocorrendo às 16h41. O espetáculo termina às 18h53, após quatro horas e 24 minutos – sendo o eclipse solar mais longo do ano.

Eclipse solar parcial de março de 2025 fotografado em Halifax, Nova Escócia, Canadá. Crédito: Iaroslav Kourzenkov via EarthSky.org

Como assistir pela internet

Você está convidado a acompanhar cada detalhe do eclipse solar parcial em uma transmissão ao vivo, a partir das 14h40 (pelo horário de Brasília), com o Olhar Digital: no YouTube, Facebook, Instagram, LinkedIn e TikTok

A apresentação é de Bruno Capozzi, editor-executivo, e do astrônomo Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (Bramon) e nosso colunista. Não perca!

Diferenças em relação ao primeiro eclipse solar de 2025

Embora os dois eclipses solares de 2025 ocorram no mesmo intervalo após eclipses lunares totais (duas semanas) e ambos sejam parciais, existem algumas diferenças entre eles.

Horário e duração:

A primeira é que, enquanto o evento de março foi no período da manhã (tomando como referência o fuso horário de Brasília), o de setembro será à tarde. Além disso, o primeiro levou três horas e 53 minutos para ser concluído, com o segundo tendo quatro horas e 24 minutos de duração. Ou seja, o eclipse solar parcial de setembro será 31 minutos mais longo que o anterior.

Cobertura do Sol:

Apesar de mais curto, o eclipse solar parcial de março escureceu o céu mais do que o próximo. Isso porque a Lua chegou a ocultar mais de 90% do Sol em algumas cidades do Canadá. Em Iqaluit, por exemplo, a cobertura foi de 92,21%.

Para domingo, a cobertura máxima do Sol pela Lua será de 80%, em uma área remota do Pacífico Sul, entre a Nova Zelândia e a Antártida, segundo o site Space.com. Nas localidades permanentemente habitadas, a maior taxa de ocultação será de 73%, em partes da Ilha Sul neozelandesa.

Imagem do eclipse solar parcial de março de 2025 capturada sobre a cratera vulcânica de Grábrók, na Islândia, onde grande parte do Sol ficou momentaneamente escondida atrás da Lua. Crédito: Wioleta Gorecka – via APOD NASA

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Um no Norte, outro no Sul:

Nos eclipses solares parciais, apenas a parte clara da sombra da Lua, chamada penumbra, se projeta na Terra. Como essa sombra costuma passar perto dos polos, as regiões próximas a essas áreas acabam sendo as mais atingidas pelo fenômeno.

O eclipse de agora se concentrará nos arredores do Polo Sul, enquanto o anterior se deu nas imediações do Polo Norte.

No entanto, algumas vezes, a penumbra da Lua se estende até áreas mais centrais. Por isso que, no eclipse solar parcial de março, por exemplo, a cidade de Punta Arenas, no Chile, esteve dentro da faixa de visibilidade do espetáculo, mesmo localizada a cerca de 53° de latitude sul – bem distante da região de maior concentração.

Quantidade de observadores:

Hoje em dia, qualquer eclipse pode ser visto por todo mundo que tenha acesso à internet, mesmo que o fenômeno ocorra a milhares de quilômetros de distância. Mas, em termos de “público presencial”, digamos assim, a “plateia” desta vez será bem reduzida em relação ao evento de março. 

Naquela ocasião, 9,94% da população mundial, ou cerca de 814 milhões de indivíduos, puderam observar o eclipse pessoalmente (entre a maior e a menor fração de cobertura do Sol). Desta vez, apenas 16,6 milhões de pessoas, o que corresponde a 0,20% da população, terão essa oportunidade.

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