O Google, historicamente defensor de informações precisas e verificadas em suas plataformas, passou a priorizar a “liberdade de expressão” em suas políticas de moderação de conteúdo.
A mudança ficou clara em carta enviada ao Congresso dos EUA no final de setembro. Nela, a Alphabet anunciou que o YouTube permitirá que contas banidas por desinformação sobre Covid-19 e eleições de 2020 solicitem a reintegração.
A decisão reverte a política de banimentos permanentes e simboliza um afastamento da postura adotada desde 2016, quando a empresa investiu em verificadores de fatos terceirizados e painéis informativos para combater notícias falsas.
Durante a pandemia, o Google chegou a destacar informações oficiais da OMS e de autoridades de saúde para conter a desinformação.
Do combate à desinformação ao discurso aberto
A guinada ocorre em meio a pressões regulatórias e disputas judiciais nos EUA e na Europa, segundo análise da CNBC.
Recentemente, o Google encerrou sua parceria com projetos de verificação de fatos e firmou novos contratos com veículos antes punidos por espalhar informações falsas, como a OAN.
Em sua carta, a Alphabet criticou a pressão do governo Biden para remover conteúdos e afirmou que, embora tenha seguido orientações de autoridades de saúde durante a pandemia, não permitirá que a moderação comprometa o “debate público”.
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A mudança do Google acompanha a tendência de outras gigantes, como a Meta, que também flexibilizaram regras de moderação em nome da liberdade de expressão.
A postura reflete o embate crescente entre plataformas digitais, governos e reguladores sobre o equilíbrio entre combater desinformação e preservar o discurso político.
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