A corrente é um dos componentes mais importantes da moto, já que ela quem transfere toda a força gerada pelo motor para a roda traseira e, sem esse ela a moto não sairia do lugar.
Por estar constantemente exposta à sujeira, poeira, água e atrito, sua manutenção precisa ser frequente e cuidadosa. Quando isso não acontece, a corrente pode se tornar uma das principais causas de falhas mecânicas, comprometendo tanto a performance quanto a segurança do piloto e do passageiro.
Apesar de sua importância, muitos motociclistas ainda têm dúvidas sobre como cuidar desse item essencial. Alguns acreditam que basta lubrificar de vez em quando, enquanto outros desconhecem a necessidade de ajustes periódicos, e há até quem use produtos inadequados, comprometendo o desempenho e diminuindo sua vida útil. A manutenção correta da corrente envolve um ciclo de limpeza, ajustes de tensão e lubrificação apropriada.
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Por isso, é importante saber em quando e como limpar, ajustar e lubrificar a corrente da moto, quais produtos usar e por que cada etapa é importante para o bom funcionamento do veículo. Isso ajuda a prolongar a vida útil do item, garantir uma pilotagem mais suave e, principalmente, rodar com segurança em qualquer condição. Veja tudo na matéria abaixo!
Corrente da moto: como e quando limpar, ajustar e lubrificar
A corrente faz parte do kit relação, que inclui também o pinhão e a coroa, formando o trio que é o coração do sistema de transmissão, garantindo que a potência do motor chegue de forma eficiente à roda traseira. Uma corrente malcuidada gera atrito excessivo, aumenta o consumo de combustível e reduz a vida útil dos demais componentes, além de tornar a condução menos estável e previsível.
Sendo assim, cuidar dela é o mesmo que cuidar da moto como um todo. Quando a corrente está bem ajustada e lubrificada, o piloto sente mais suavidade nas trocas de marcha, menos vibração no guidão e maior confiança na estrada. Já quando há desgaste ou falta de manutenção, os riscos vão desde barulhos incômodos até o rompimento da peça durante o movimento, algo que pode causar acidentes graves.
Frequência de limpeza e lubrificação
A recomendação mais aceita é lubrificar a corrente a cada 500 km rodados ou, no máximo, uma vez por semana, mesmo que a moto rode pouco. Porém, esse intervalo deve ser encurtado em situações mais intensas, como ao pilotar sob chuva, em estradas de terra ou em regiões muito empoeiradas. Nesses casos, a sujeira gruda facilmente nos elos e o lubrificante é removido rapidamente, exigindo um cuidado extra.
Ignorar essa frequência pode parecer inofensivo no começo, mas o acúmulo de poeira e a falta de óleo aumentam o atrito entre os elos e aceleram o desgaste da coroa e do pinhão. Isso significa que todo o kit relação precisará ser trocado antes do previsto, elevando os custos de manutenção.
É por isso que a limpeza e a lubrificação devem ser vistas como uma rotina preventiva, e não apenas como uma correção de emergência.
Como limpar a corrente da moto
A limpeza deve ser feita sempre com a moto desligada e apoiada de maneira segura, de preferência no cavalete central. O piloto deve girar a roda manualmente para acessar todos os pontos da corrente, usando uma escova própria ou até uma escova de dentes velha.
Para remover a sujeira, o mais indicado é utilizar desengraxantes específicos para correntes de moto, que dissolvem a graxa antiga e a poeira sem agredir os retentores de borracha.
Evite produtos como gasolina, diesel ou querosene em correntes com retentores, já que esses solventes atacam a borracha e reduzem a durabilidade da peça. Além disso, esses líquidos inflamáveis oferecem riscos desnecessários durante o processo. Ao optar pelos desengraxantes certos, a corrente fica mais limpa, e preserva sua integridade para suportar mais tempo de uso sem falhas.
Lubrificação correta
A lubrificação é a etapa que garante que a corrente funcione de forma suave e silenciosa, além de protegê-la contra o desgaste causado pelo atrito. O ideal é usar sprays específicos para correntes de motocicletas, que têm formulações que resistem à alta rotação e às diferentes condições do dia a dia. Esses produtos formam uma película protetora que adere ao metal sem escorrer, aumentando a vida útil da corrente.
Ainda que alguns manuais permitam o uso de óleos mais viscosos, como SAE 80 ou 90, graxas comuns devem ser evitadas, já que acumulam sujeira e formam uma crosta abrasiva que piora o desgaste.
O modo de aplicação também faz diferença: o lubrificante deve ser aplicado na parte interna da corrente, que tem contato direto com a coroa e o pinhão, garantindo uma distribuição uniforme quando a moto começar a rodar.
Ajuste de folga da corrente
Com o tempo e o uso constante, a corrente naturalmente se expande, criando folgas que comprometem a transmissão da potência. Por isso, fazer o ajuste é fundamental para manter a tensão correta. O processo envolve soltar a porca do eixo traseiro, regular os esticadores em ambos os lados da balança e alinhar a roda para que o sistema fique equilibrado.
É muito importante seguir as especificações do manual da moto, já que a folga adequada pode variar de acordo com o modelo. Uma corrente muito frouxa pode escapar do pinhão ou da coroa, enquanto uma excessivamente esticada causa sobrecarga nos rolamentos e aumenta o risco de quebra.
O alinhamento perfeito da roda traseira também é essencial para garantir uma pilotagem segura e sem vibrações indesejadas.
Impactos da falta de manutenção
A negligência com a corrente traz consequências, pois sem lubrificação, os elos sofrem atrito direto com o metal, acelerando o desgaste da corrente, do pinhão e da coroa. Isso obriga a substituição de todo o kit relação muito antes do esperado, elevando os gastos do motociclista.
Além disso, uma corrente frouxa pode se soltar em movimento, travar a roda traseira e provocar acidentes graves, enquanto uma corrente muito tensionada aumenta a chance de rompimento durante a pilotagem. Em ambos os casos, a segurança do piloto e do garupa fica seriamente comprometida, reforçando a importância da manutenção periódica.
Adaptação às condições de uso
As condições em que a moto é usada determinam a frequência da manutenção. Em trajetos urbanos, onde a moto circula em asfalto limpo, o intervalo de 500 km geralmente é suficiente. Já em estradas de terra, em dias chuvosos ou em regiões com muita poeira, a lubrificação deve ser feita praticamente a cada saída. Nessas situações, o contato constante com partículas abrasivas acelera o desgaste.
Quem usa a moto diariamente para trabalho ou viagens longas deve ser ainda mais rigoroso. A corrente está sempre exposta a fatores externos e, sem os cuidados adequados, pode falhar justamente quando mais se precisa dela. Portanto, ajustar a manutenção ao tipo de uso é uma das formas mais inteligentes de prolongar a durabilidade do kit relação.
Cuidados adicionais na manutenção
Além das etapas principais, é importante verificar a corrente periodicamente. Veja se há elos travados, pontos de ferrugem, barulhos incomuns ou desgaste irregular, que são sinais que podem indicar que a peça está chegando ao fim da vida útil e precisa ser substituída antes que traga riscos.
Outro cuidado essencial é fazer a manutenção sempre com a moto bem apoiada e em local seguro, evitando improvisos que comprometam a estabilidade durante o processo. Assim, além de cuidar da corrente, você garante sua própria segurança enquanto executa a tarefa.
Manter a corrente limpa, ajustada e lubrificada é muito mais do que uma tarefa de rotina, sendo também um investimento na segurança, na economia e no desempenho da moto. Uma corrente bem cuidada garante uma pilotagem mais suave, reduz o consumo de combustível e evita gastos altos com substituição precoce do kit relação.
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