A chinesa Leapmotor estreia no Brasil em novembro, trazendo seus primeiros SUVs elétricos com o apoio da Stellantis, dona de marcas como Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën. A chegada será marcada pelo Salão do Automóvel de São Paulo e apoiada por uma rede inicial de mais de 30 concessionárias espalhadas pelo país.
A marca entra num mercado hoje dominado por rivais como BYD e GWM. A proposta da Leapmotor é apostar em veículos totalmente elétricos ou equipados com um sistema que estende a autonomia com um motor a combustão usado apenas como gerador.
Leapmotor é a nova aposta elétrica da Stellantis no Brasil
A Leapmotor é uma fabricante chinesa com dez anos de mercado, mas que já conta com o peso da Stellantis, que detém 49% de participação na empresa.
O grupo será responsável por trazer a marca ao Brasil e usará sua rede de concessionárias e centros de distribuição para apoiar a operação.
Diferente das rivais, que combinam híbridos e elétricos, a estratégia da Leapmotor é apostar apenas em carros 100% elétricos ou equipados com o chamado extensor de autonomia (REEV), tecnologia que busca resolver o medo de ficar sem bateria em viagens longas.
O primeiro passo: SUV Leapmotor C10
O primeiro modelo da marca a chegar ao Brasil será o C10, SUV de porte semelhante ao Jeep Commander. O carro chega em duas configurações: totalmente elétrico ou equipado com o sistema REEV (Range Extended Electric Vehicle).
Esse sistema usa um motor a combustão como gerador de energia. Nesse caso, o motor 1.5 a gasolina não move as rodas; ele apenas recarrega a bateria e mantém o carro rodando quando a carga se esgota. Isso garante a dirigibilidade típica de um carro elétrico, mas com menos preocupação sobre a autonomia.
O conjunto elétrico do C10 entrega 231 cavalos de potência e 32,6 kgfm de torque. A bateria tem capacidade de 28,4 kWh e pode ser carregada em tomadas externas, com recarga rápida de até 65 kW em corrente contínua.
Quando combinados, o tanque de combustível e a bateria cheia oferecerem até mil quilômetros de alcance em condições ideais, diz a marca. É um número bem acima do que carros elétricos convencionais oferecem no Brasil.
Por dentro, o C10 aposta num design minimalista, seguindo a tendência dos modelos chineses recentes.
A central multimídia de 14,6 polegadas concentra praticamente todos os comandos, incluindo ajustes de retrovisores e câmbio;
O volante tem seletores giratórios inspirados nos modelos da Tesla;
O SUV traz ainda 12 sensores ultrassônicos, cinco radares e dez câmeras, que possibilitam funções de condução semiautônoma.
O próximo modelo: Leapmotor B10
Logo após o C10, chega o Leapmotor B10, previsto para 2026, segundo a marca. É outro SUV médio (um pouco maior que o Jeep Compass). Mas, diferente do C10, o B10 será vendido apenas em versão 100% elétrica – isto é, sem o sistema REEV para extender autonomia.
O motor elétrico traseiro do B10 entrega 218 cavalos de potência e 24,5 kgfm de torque. Na China, ele é oferecido com duas opções de bateria: 56,2 kWh, com alcance de até 380 km no ciclo europeu (WLTP), e 67,1 kWh, que pode chegar a 460 km.
No Brasil, os números devem ser menores porque o Inmetro utiliza um método de aferição mais rigoroso, que costuma reduzir em cerca de 30% a autonomia declarada. Nesse caso, podemos esperar algo em torno de 270 km a 330 km entre recargas.
O interior do B10 repete a central multimídia “flutuante” do C10, mas com diferenças de acabamento e design. A ideia da marca é oferecer um carro para competir com modelos já conhecidos, como o BYD Yuan Plus.
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Infraestrutura e operação no Brasil
A Leapmotor inicia suas atividades no país apoiada pela estrutura já existente da Stellantis. A marca estreia com 34 a 36 concessionárias distribuídas em diferentes regiões.
Em Betim (MG), onde a Stellantis já mantém um polo automotivo, foi instalado o centro de distribuição de peças da Leapmotor, que dará suporte às vendas.
Além disso, a engenharia local da Stellantis trabalhou na adaptação dos modelos ao estilo de condução brasileiro, ajustando desde a suspensão até o funcionamento dos sistemas eletrônicos.
Para o futuro, há a possibilidade de a fábrica mineira também ser usada para a fabricação nacional dos modelos.
Disputa no mercado de elétricos
A chegada da Leapmotor reforça a disputa no mercado brasileiro de carros elétricos, hoje liderado por BYD e GWM.
O movimento também fortalece a Stellantis, que busca ampliar seu portfólio de eletrificados no Brasil em meio à corrida global da indústria automotiva pela transição energética.
O resultado deve ser um mercado mais competitivo, com mais opções para os consumidores e maior pressão por preços acessíveis.
(Essa matéria usou informações de G1 e Quatro Rodas.)
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