Depois de mais de 20 anos de obras, a tumba do faraó Amenhotep III voltou a receber visitantes no Vale dos Reis, em Luxor, no sul do Egito. O espaço, esculpido há mais de 3 mil anos na encosta de uma colina, foi reaberto oficialmente no dia 4 de outubro, após um processo de restauração dividido em três etapas conduzido por uma equipe internacional. A empreitada envolveu especialistas egípcios, japoneses e italianos, com o apoio da Unesco e do governo do Japão.
Uma joia resgatada no deserto
A tumba, uma das maiores da Necrópole de Tebas, é considerada uma das mais belas da 18ª Dinastia, com murais que retratam o faraó entre deuses egípcios e cenas do Livro dos Mortos.
Por conta do risco de desmoronamento, a tumba acabou fechando e assim teve início uma restauração que se estendeu de 2001 até 2024, passando por três fases: estabilização da estrutura, limpeza e reforço dos pilares.
Ao longo desse período, mais de 260 especialistas participaram do trabalho de conservação das pinturas e do reparo das colunas e tetos, além da instalação de um novo sistema de iluminação que realça as cores originais dos murais em tons de azul, ocre e dourado.
Segundo Mohamed Ismail Khaled, secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades, a tumba é uma das mais fascinantes do Vale dos Reis, preservada com extremo cuidado para manter inscrições e relevos intactos. A missão japonesa da Unesco reforça essa visão, destacando os murais como alguns dos mais belos da arte real egípcia.
O interior da tumba de Amenhotep III revela detalhes milenares aos visitantesUnesco Regional Office in Cairo/Reprodução
O túmulo do “faraó dourado”
Amenhotep III governou o Egito entre 1390 a.C. e 1350 a.C., durante um dos períodos mais prósperos da civilização. Ascendeu ao trono ainda adolescente e reinou por décadas marcadas pela estabilidade política, pelas grandes obras e pelo refinamento artístico, com sua governança sendo considerada um dos auges da antiguidade.
Sua tumba, identificada como WV 22, possui um corredor em declive de 36 metros que leva até a câmara funerária principal do faraó e para as outras duas câmaras de suas esposas, as rainhas Tiye e Sitamun. O sarcófago original de Amenhotep III foi saqueado há séculos, mas parte da tampa, em granito vermelho, foi restaurada e hoje está em exibição dentro do espaço.
Boa parte do conteúdo encontrado durante escavações francesas e britânicas nos séculos 18 e 19 foi levada para museus internacionais, como o Louvre, em Paris, e o Metropolitan Museum of Art, em Nova York. Já a múmia de Amenhotep III está em exposição no Museu Nacional da Civilização Egípcia, no Cairo.
Rumo ao futuro, de olho no passado
A reabertura da tumba ocorre em um momento simbólico para o país, visto que o Egito se prepara para inaugurar oficialmente, em novembro, o Grande Museu Egípcio, próximo às Pirâmides de Gizé. A nova instituição vai reunir mais de 100 mil artefatos e promete se tornar um dos maiores complexos arqueológicos do mundo.
O ministro do Turismo e Antiguidades, Sherif Fathy, disse durante a cerimônia de reabertura que a tumba de Amenhotep III representa uma mensagem ao mundo sobre o compromisso do Egito em preservar seu patrimônio. Agora, com as novas atrações, o governo busca impulsionar o turismo cultural e reafirmar o país como destino essencial para fascinados por história.
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