Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que as doenças neurológicas afetam mais de 40% da população mundial. Isso significa que cerca de 3,3 bilhões de pessoas vivem com estas condições, que podem ser preveníveis ou tratáveis.
Mesmo assim, elas provocam mais de 11 milhões de mortes a cada ano. Por conta deste cenário desafiador para as autoridades de saúde, a OMS pediu nesta terça-feira (14), em caráter de urgência, mais atenção dos governantes para estes diagnósticos.
Faltam políticas de saúde contra estas doenças
Segundo a entidade, as dez condições neurológicas que mais contribuem para a morte e a incapacidade são o acidente vascular cerebral (AVC), a enxaqueca, a doença de Alzheimer e outras demências, a meningite e a epilepsia idiopática. Um cenário que exige uma “ação global urgente, baseada em evidências e coordenada para dar prioridade à saúde cerebral e ampliar o cuidado neurológico”.
A OMS ainda afirmou que apenas 63 países possuem uma política nacional sobre distúrbios neurológicos. No entanto, apenas 34 deles informam que dispõem de fundos específicos para o tratamento destas condições.
Com mais de uma em cada três pessoas no mundo vivendo com condições que afetam o cérebro, nós precisamos fazer todo o possível para melhorar os cuidados de saúde que elas precisam. Muitas dessas condições neurológicas podem ser prevenidas ou tratadas de forma eficaz, mas os serviços continuam fora do alcance da maioria, especialmente em áreas rurais e negligenciadas, onde as pessoas frequentemente enfrentam estigma, exclusão social e dificuldades financeiras.
Jeremy Farrar, vice-diretor-geral da OMS
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Desigualdade no acesso ao diagnóstico e tratamento
A Organização Mundial da Saúde ainda destacou que os países de baixa renda têm mais de 80 vezes menos neurologistas do que as nações consideradas ricas.
Esta escassez significa que, para muitos pacientes, o diagnóstico, tratamento e atendimento contínuo não são uma realidade.
A OMS também afirmou que a falta crônica de financiamento para a pesquisa, em particular nos países de baixa e média renda, está dificultando a criação de políticas eficazes sobre os distúrbios neurológicos.
Por fim, a entidade observou que apenas 46 países oferecem serviços de cuidados e somente 44 oferecem proteções legais para os cuidadores.
Um cenário que resulta em trabalhadores informais sem reconhecimento, nem medidas de apoio no combate a um problema de saúde importante.
As informações são da Agence France-Presse.
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