Empresa privada dos EUA anuncia planos de pousar na Lua

Uma empresa de transporte espacial dos EUA chamada Impulse Space anunciou que pretende desenvolver um módulo de pouso capaz de levar grandes equipamentos e suprimentos à superfície da Lua. Sediada em Redondo Beach, na Califórnia, a startup quer preencher o que considera uma lacuna nas missões lunares atuais, oferecendo um meio-termo entre as pequenas entregas e as operações de grande porte.

De acordo com um comunicado, o projeto prevê um sistema de transporte capaz de levar três toneladas métricas de equipamentos até a Lua a partir de 2028. O plano combina o veículo de transferência Helios, já em desenvolvimento pela empresa, com um novo módulo de pouso. O Helios levará o módulo da órbita baixa da Terra até a órbita lunar em cerca de uma semana. Depois disso, o módulo fará sozinho a descida controlada até o solo lunar.

Today, we’re unveiling our proposed lunar mission architecture to deliver more mass to the Moon, in the near term.

By pairing our Helios kick stage with a new, Impulse-built lunar lander, we’re taking the next step toward mobilizing space, and enabling sustained lunar… pic.twitter.com/cZhpgS9uqm

— Impulse Space (@GoToImpulse) October 14, 2025

Impulse Space quer levar cargas médias à Lua

Segundo Tom Mueller, fundador e diretor executivo da Impulse Space, o mercado ainda não tem capacidade suficiente para levar cargas médias, de meia a 13 toneladas, até a Lua. Hoje, as missões do programa Commercial Lunar Payload Services (CLPS), da NASA, conseguem transportar apenas até meia tonelada. Já veículos maiores, como o Starship, da SpaceX, e o Blue Moon Mark 2, da Blue Origin, poderão levar cargas muito mais pesadas – mas ainda estão em fase de desenvolvimento.

Mueller afirma que essa faixa intermediária é essencial para construir uma presença lunar sustentável. “Precisamos de módulos de pouso capazes de entregar várias toneladas em curto prazo para erguer rapidamente infraestrutura, módulos habitacionais e sistemas de energia”, disse. O objetivo é criar uma ponte entre missões científicas menores e grandes projetos tripulados, facilitando a instalação de bases permanentes.

O veículo de transferência Helios e o módulo de pouso lunar da Impulse são lançados em um foguete padrão de médio ou grande porte. Após o lançamento, o Helios executa uma queima inicial em direção à Lua. O módulo de pouso então é dispensado pelo Helios em órbita lunar. Crédito: Impulse Space / Divulgação

Primeira missão será ano que vem

A Impulse Space aposta em tecnologias já testadas em voo. O Helios e o módulo de pouso serão lançados por foguetes comerciais que já operam em missões orbitais. A primeira missão do Helios está marcada para 2026, e, quando o módulo lunar estiver pronto, a empresa pretende realizar várias missões por ano. O motor do novo módulo usará a mesma tecnologia dos propulsores Saiph, da nave Mira, empregando óxido nitroso e etano como propelentes armazenáveis.

A companhia ainda não divulgou quanto custará o desenvolvimento nem o preço das futuras missões, mas promete oferecer valores competitivos e realizar duas viagens anuais à Lua. O segmento, porém, já tem concorrentes de peso. O módulo Blue Moon Mark 1, da Blue Origin, deve estrear ainda este ano, transportando até três toneladas de carga com o foguete New Glenn. Em setembro, a NASA anunciou que usará esse módulo para levar o “ressuscitado” rover VIPER à Lua em 2027.

O estágio superior Helios da Impulse Space está programado para transportar satélites comerciais e uma demonstração militar para o espaço geoestacionário. Crédito: Impulse Space / Divulgação

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Não é a primeira vez que a Impulse tenta desenvolver um módulo de pouso. Em 2022, a empresa chegou a anunciar um projeto em parceria com a Relativity Space para enviar cargas a Marte, usando o foguete Terran R. A missão, prevista inicialmente para 2024, ainda não saiu do papel.

Para Mueller, o novo módulo lunar é um passo dentro de uma visão mais ampla: expandir a mobilidade espacial além da órbita terrestre. “A Impulse nasceu para facilitar o acesso ao espaço. Agora, queremos ir além da órbita da Terra e garantir que a mobilidade no espaço seja tão prática quanto o lançamento.”

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