Fígado em alerta: médicas apontam sintomas que indicam algo errado

O fígado é um dos órgãos mais importantes do corpo humano, e sua saúde é essencial para o bom funcionamento do organismo. Responsável por filtrar toxinas, metabolizar nutrientes e produzir substâncias fundamentais à digestão, ele atua em várias funções vitais.

Por isso, entender quando algo não vai bem é fundamental para evitar complicações mais graves.

Segundo a hepatologista Natalia Trevizoli, do Hospital Sírio-Libanês, em Brasília, o fígado é um órgão “silencioso”, capaz de adoecer por muito tempo sem causar sintomas evidentes.

“No início, as manifestações costumam ser inespecíficas, como cansaço, fraqueza, perda de apetite, náuseas, sensação de inchaço abdominal ou desconforto do lado direito do abdome”, explica.

Com a progressão do dano hepático, os sinais se tornam mais visíveis. Podem surgir alterações na pele e nos olhos, como icterícia, urina escura, fezes esbranquiçadas, coceira generalizada e tendência a hematomas.

“Mesmo assim, muitas doenças hepáticas só são detectadas em exames de rotina, quando as enzimas do fígado aparecem alteradas”, ressalta a médica.

Sintomas que confundem

Apesar de o fígado estar ligado a funções essenciais, seus sintomas podem ser confundidos com os de outros problemas de saúde. Natalia destaca que manifestações como enjoo, dor abdominal ou cansaço não são exclusivas de doenças hepáticas.

“Esses sintomas também aparecem em distúrbios hormonais, digestivos ou até psicológicos. Já a icterícia, com pele e olhos amarelados, é o sinal mais característico de sofrimento hepático, mas pode ocorrer em outras condições, como doenças hemolíticas ou obstruções biliares”, explica.

Hábitos que sobrecarregam o fígado

A hepatologista Karla Maggi, do Hospital Santa Paula, em São Paulo, lembra que os maiores agressores do fígado não estão apenas no álcool, mas no estilo de vida moderno.

“Entre os mais comuns, estão o consumo de alimentos ultraprocessados e bebidas ‘fit’ cheias de açúcar disfarçado, o hábito de beliscar o dia inteiro, dormir pouco, viver sob estresse crônico e permanecer longos períodos sentado”, afirma.

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Natalia acrescenta que o uso contínuo de medicamentos sem orientação, incluindo analgésicos, anabolizantes e suplementos “naturais”, também pode causar lesões hepáticas.

“Além disso, o sedentarismo e o excesso de peso favorecem o acúmulo de gordura no fígado, a chamada esteatose hepática, que hoje é a causa mais comum de inflamação hepática no mundo”, completa.

A esteatose hepática é popularmente conhecida como gordura no fígado

Quando procurar um médico

De acordo com Karla Maggi, o ideal é não esperar os sintomas aparecerem. “O momento certo de procurar um médico é antes que o corpo reclame. Esperar o sintoma é agir tarde demais, especialmente quando se busca longevidade com saúde”, orienta.

A especialista explica que a avaliação do fígado deve fazer parte dos cuidados preventivos, principalmente em pessoas com histórico familiar, uso contínuo de medicamentos ou ganho de peso abdominal.

“Os exames básicos incluem a dosagem das enzimas hepáticas (TGO, TGP e GGT) e a ultrassonografia abdominal. Em alguns casos, pode ser indicada a elastografia hepática, que avalia a rigidez do órgão e detecta gordura ou fibrose em fases iniciais”, detalha.

Essa investigação precoce, segundo a médica, é essencial para preservar a função hepática. “Com um acompanhamento regular e personalizado, é possível evitar que pequenas alterações evoluam para doenças graves. Avaliar o fígado preventivamente é um investimento em energia, memória, concentração e equilíbrio hormonal”, reforça.

Adotar hábitos equilibrados é a principal forma de preservar a saúde do fígado. Isso inclui alimentação natural, sono de qualidade, atividade física regular e moderação no consumo de álcool. Pequenas mudanças no estilo de vida podem ter grande impacto na função hepática e no bem-estar geral.

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