Muitas vezes sem causar sintomas aparentes, a trombose é uma ameaça silenciosa que avança no país. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular, entre 2012 e 2023 o SUS registrou quase 490 mil internações por trombose venosa, o que representa uma média alarmante de 165 casos por dia. O número reforça a urgência da conscientização, especialmente durante o mês de outubro, quando é realizada a Campanha Mundial da Trombose.
O que acontece no corpo
A trombose venosa profunda (TVP) ocorre quando um coágulo de sangue bloqueia parcial ou totalmente uma veia, geralmente nas pernas. “É uma condição séria porque esse coágulo pode se desprender e migrar até os pulmões, provocando uma emergência médica chamada embolia pulmonar”, explica o angiologista e cirurgião vascular Gustavo Santos, do Hospital Orizonti.
Os sinais mais comuns incluem inchaço, dor, vermelhidão e sensação de calor em apenas uma perna. Quando há embolia pulmonar, surgem falta de ar repentina, dor no peito e batimentos acelerados. Nesses casos, o atendimento deve ser imediato. “O diagnóstico é feito com o exame de ultrassom Doppler vascular, mas o tratamento pode ser iniciado antes mesmo do resultado quando a suspeita é alta e os critérios clínicos são bem definidos”, reforça o médico.
Do diagnóstico ao tratamento
O tratamento da trombose varia conforme a gravidade. Nos quadros mais leves, recomenda-se elevar as pernas, usar meias de compressão e evitar longos períodos de imobilidade. Em situações mais complexas, o uso de anticoagulantes é essencial para impedir o aumento do coágulo e evitar novas formações.
Entre os medicamentos mais usados está a enoxaparina sódica, uma heparina de baixo peso molecular com eficácia comprovada tanto na prevenção quanto no tratamento da trombose venosa profunda e da embolia pulmonar. “O uso de anticoagulantes precisa ser acompanhado por um especialista, que define a dose e o tempo de tratamento. Esse monitoramento é fundamental para garantir segurança e evitar complicações futuras”, explica Gustavo.
Em casos graves, podem ser necessários trombolíticos (substâncias que dissolvem coágulos), trombectomia (cirurgia para remoção do trombo) ou filtros de veia cava, que impedem que o coágulo migre para os pulmões.
As complicações que vêm depois
Trombose é mais comum do que imaginamos. Foto: FreePik
Sem o tratamento adequado, a trombose pode deixar sequelas permanentes. Uma das principais é a síndrome pós-trombótica, que provoca inchaço crônico, varizes, escurecimento da pele e até feridas abertas nas pernas. “É uma condição debilitante que afeta a qualidade de vida e pode ser evitada com diagnóstico precoce e acompanhamento contínuo”, alerta o especialista.
Prevenir é mais simples do que parece
Com o lema “Mova-se contra a trombose”, a campanha global de conscientização reforça a importância da movimentação regular, hidratação adequada e consultas médicas preventivas. O sedentarismo, viagens longas sem pausas, obesidade, tabagismo e uso de anticoncepcionais hormonais estão entre os principais fatores de risco.
Para a consultora médica da Biomm, Maria Isabel de Campos Vergani, a informação ainda é a melhor forma de proteção. “A trombose pode ser grave, mas é tratável e, principalmente, evitável com atenção aos sinais do corpo. O diagnóstico precoce salva vidas”, afirma.
A especialista lembra que a Biomm tem investido em acesso a medicamentos inovadores para o tratamento e a prevenção da doença. “A enoxaparina sódica é um exemplo desse compromisso com a saúde e com o avanço do cuidado ao paciente”, conclui.
Resumo:
A trombose é uma doença silenciosa que causa 165 internações por dia no Brasil. Quando não tratada, pode evoluir para embolia pulmonar e causar complicações graves. Segundo especialistas, hábitos simples como se movimentar, beber água e procurar atendimento médico ao primeiro sinal de inchaço ou dor nas pernas ajudam a prevenir o problema.
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