As big techs Google, Meta e Microsoft anunciaram que vão ampliar os gastos em infraestrutura de inteligência artificial (IA), reforçando o papel das grandes empresas de tecnologia como motores do crescimento econômico nos Estados Unidos. Os investimentos se concentram na construção de data centers — instalações de alto consumo energético equipadas com chips de alta performance para criar e operar softwares de IA, como o ChatGPT. As informações são do The Washington Post.
Segundo os relatórios trimestrais divulgados pelas companhias, os gastos combinados com infraestrutura de IA devem chegar a quase US$ 370 bilhões em 2025. Para a Google, o investimento passará de uma estimativa inicial de US$ 85 bilhões para algo entre US$ 91 bilhões e US$ 93 bilhões neste ano. A Meta projeta gastos próximos ao teto de sua faixa prevista, entre US$ 66 bilhões e US$ 72 bilhões, e planeja um aumento ainda maior em 2026. Já a Microsoft também anunciou expectativa de crescimento nos investimentos em IA no próximo ano, acima dos US$ 80 bilhões previstos para 2025.
Google deverá investir algo entre US$ 91 bilhões e US$ 93 bilhões neste ano em IA (Imagem: JHVEPhoto/iStock)
IA como motor econômico das big techs
O impacto da inteligência artificial vai além do setor tecnológico, movimentando construção civil, transporte e energia. Investimentos em data centers e em softwares de IA têm sido um estímulo à economia americana, ajudando a compensar o enfraquecimento do consumo e a desaceleração do mercado de trabalho.
No entanto, economistas e líderes do setor alertam para os riscos de uma bolha financeira, já que muitas empresas de IA ainda não apresentam lucro consistente. Uma desaceleração nos gastos pode afetar não apenas as companhias de tecnologia, mas também negócios indiretos dependentes da construção de centros de dados e reduzir bilhões em valor de ações.
Apesar dos riscos, executivos veem os investimentos como necessários para preparar suas empresas para um futuro de “superinteligência”, conceito que descreve máquinas capazes de superar habilidades humanas em diversas tarefas. Mark Zuckerberg, CEO da Meta, afirmou que a estratégia de investir pesadamente é justificada para estar pronto para os cenários mais otimistas, enquanto eventuais excessos podem ser ajustados com a desaceleração gradual da construção de infraestrutura.
Zuckerberg disse que investir pesado é necessário para se preparar para os cenários mais favoráveis (Imagem: Mijansk786/Shutterstock)
Principais impactos e medidas das empresas
Entre os efeitos diretos e indiretos do aumento de investimentos das big techs em IA, destacam-se:
Ampliação da construção de data centers de alto consumo energético;
Crescimento do setor de energia, incluindo reabertura de usinas nucleares para atender à demanda;
Geração de empregos e movimentação de setores complementares, como transporte e construção;
Competição internacional, com EUA buscando ampliar capacidade energética para concorrer com a China;
Valorização de empresas de chips essenciais para IA, como a Nvidia, que atingiu US$ 5 trilhões em valor de mercado;
Expectativa de aceleração de inovação tecnológica e novos produtos baseados em IA;
Sustentação do crescimento econômico em meio a um mercado consumidor mais frágil.
Google, Microsoft e OpenAI também buscam reforçar a infraestrutura energética, com projetos como a reativação da usina nuclear de Iowa e o pedido à Casa Branca para aumentar a geração elétrica anual, visando manter a competitividade da indústria de IA dos Estados Unidos frente à China.
Big Techs querem manter a competitividade da indústria de IA dos Estados Unidos frente à China (Imagem: gguy/Shutterstock)
Apesar dos avisos sobre a possível formação de uma bolha financeira, investidores continuam confiantes no setor de inteligência artificial, apostando que o retorno dos investimentos será substancial a médio e longo prazo. Analistas indicam que, mesmo com riscos, o movimento de expansão dos gigantes da tecnologia deverá manter-se firme, consolidando a IA como um dos principais motores de crescimento econômico global.
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