Devemos uma desculpa ao T. Rex: fóssil histórico não é o que parece ser

Um fóssil descoberto em 2006, na Formação Hell Creek, em Montana (Estados Unidos), mostra uma imagem impressionante: dois dinossauros duelando entre si. A peça foi batizada de Dueling Dinosaurs (ou Dinossauros Duelistas) e acreditava-se que o embate teria sido entre um Tyrannosaurus rex e um Triceratops.

No entanto, o fóssil não é bem o que parece. Uma pesquisa publicada nesta semana na revista Nature confirmou que, na verdade, o dinossauro não é um T. rex.

Ilustração mostra um bando de Nanotyrannus atacando um T. rex jovem (Imagem: Anthony Hutchings/Universidade Estadual da Carolina do Norte)

Fóssil famoso foi desmentido

Na época, paleontólogos definiram que o fóssil retratava um T. rex juvenil e um Triceratops.

O consenso permaneceu assim por algum tempo. Agora, cientistas da Universidade Estadual da Carolina do Norte confirmaram que o T. rex jovem não é um T. rex. Na verdade, trata-se de um exemplar adulto de Nanotyrannus, conhecida como N. lancensis.

Pesquisadores descartaram que espécie menor seria um T. rex (Imagem: Herschel Hoffmeyer/Shutterstock)

Dinossauro é de outra espécie

Para chegar nessa conclusão, a equipe estudou os anéis de crescimento, informações sobre fusão espinhal e outros indicadores anatômicos do fóssil;

Através de certas pistas, como o número de vértebras da cauda e antebraços maiores, eles concluíram que o exemplar era um Nanotyrannus adulto, com cerca de 20 anos quando morreu;

A equipe ainda comparou o fóssil Dueling Dinosaurs com outros 200 exemplares de T. rex e descartou tratar-se de um Tyrannosaurus.

Reconstrução de como seria um Nanotyrannus (Imagem: Catmando/Shutterstock)

Descoberta abre caminho para estudo dos dinossauros

A descoberta pode exigir mais pesquisas para ser confirmada. Isso porque não é a primeira vez que um fóssil de Nanotyrannus foi estudado como se fosse um T. rex jovem. Mesmo assim, os autores estão confiantes com seus resultados.

Com isso, a equipe batizou a espécie do fóssil de N. lethaeus, em referência ao Rio Lete, rio do esquecimento na mitologia grega. Eles acreditam que o nome homenageia o fato do dinossauro ter ficado escondido por tantos anos, mesmo à vista.

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De acordo Lindsay Zanno, professora associada de pesquisa na universidade, chefe de paleontologia do Museu de Ciências Naturais da Carolina do Norte e coautora do estudo, a descoberta dá mais detalhes sobre os últimos dias dos dinossauros antes de virar fóssil.

Com seu tamanho enorme, mordida poderosa e visão estereoscópica, o T. rex era um predador formidável, mas não reinava sem contestação. Ao seu lado, surgia o Nanotyrannus – um caçador mais esguio, veloz e ágil.

Lindsay Zanno, professora associada de pesquisa na universidade, chefe de paleontologia do Museu de Ciências Naturais da Carolina do Norte e coautora do estudo

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