A vacina contra a dengue desenvolvida pelo Instituto Butantan será liberada pela Anvisa até o final deste ano, disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, nesta segunda-feira (3). Mais de 40 milhões de doses deverão ser produzidas no ano que vem em parceria com a empresa WuXi Biologics, da China.
Atualmente, a vacina disponível contra a dengue prioriza crianças e adolescentes de dez a 14 anos em 2.752 municípios com maior risco para a doença. Entre o ano passado e outubro deste ano, mais de 10,3 milhões de doses foram enviadas aos estados, enquanto outras nove milhões estão previstas para 2026.
Os dados da fase 3 do ensaio clínico do Butantan mostraram 79,6% de eficácia geral da vacina, 89,2% de eficácia naqueles que já tinham contraído dengue e 73,5% de eficácia em quem nunca teve contato com o vírus. Das mais de dez mil pessoas que receberam o imunizante, apenas três (menos de 0,1%) apresentaram eventos adversos graves, com todos se recuperando totalmente.
Números da dengue em queda
O Brasil registrou uma queda de 75% nos casos de dengue em 2025, em comparação com 2024, segundo o Ministério da Saúde.
Em relação aos óbitos, que, este ano, somam 1,6 mil, também houve redução de 72% em comparação ao mesmo período do ano passado. São Paulo concentra a maior parte das mortes (64,5%), seguido por Paraná (8,3%), Goiás (5,5%), Rio Grande do Sul (3%) e Minas Gerais (8%).
Atualmente, o país registra 1,6 milhão de casos prováveis de dengue. A maior concentração de casos é observada em São Paulo (55%), seguido de Minas Gerais (9,8%), Paraná (6,6%), Goiás (5,9%) e Rio Grande do Sul (5,2%).
“Mesmo com essa melhora, não podemos baixar a guarda. A dengue continua sendo a principal endemia do país e o impacto das mudanças climáticas amplia o risco de transmissão em regiões onde, antes, o mosquito não existia”, afirmou o ministro da Saúde.
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Em alerta
Em todo o país, três em cada dez municípios estão em situação de alerta para dengue, chikungunya e Zika, segundo o 3º Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), realizado em 3.223 municípios entre agosto e outubro deste ano. Os estados que preveem maior incidência estão nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte, especialmente em Mato Grosso do Sul, Ceará e Tocantins.
O Ministério da Saúde confirmou o Dia D da Dengue para o próximo sábado (8) com foco na eliminação de criadouros como parte da campanha nacional “Não dê chance para dengue, zika e chikungunya”, voltada à prevenção das arboviroses.
Além disso, o governo liberou R$ 183,5 milhões para ampliar o método Wolbachia para mais 70 cidades, incluindo 13 delas ainda em 2025.
Atualmente, a técnica que combate a proliferação do Aedes aegypti por meio da bactéria Wolbachia está presente em 12 municípios. Em Niterói (RJ), primeira cidade brasileira a receber o projeto, os casos de dengue caíram 89%, enquanto os de chikungunya tiveram redução de 60%.
Outras estratégias de combate incluem a ampliação do uso das Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDL), a técnica do inseto estéril e a borrifação residual intradomiciliar, com aplicação de inseticida de longa duração dentro das residências. Por parte dos cidadãos, é fundamental adotar medidas, como:
Uso de telas em janelas e repelentes em áreas de transmissão reconhecida;
Remoção de recipientes que possam se tornar criadouros;
Vedação de reservatórios e caixas d’água;
Limpeza de calhas, lajes e ralos;
Adesão e apoio às ações de prevenção e controle realizadas pels profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS).
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