O futuro de Elon Musk será decidido nesta quinta-feira (6). Na data, os acionistas da Tesla vão analisar um pacote de remuneração avaliado em quase US$ 1 trilhão (cerca de R$ 5,7 trilhões), que pode ampliar o poder do empresário sobre a companhia.
Nos últimos dias, o bilionário ameaçou deixar o cargo de CEO caso a proposta não seja aprovada, exercendo pressão sobre o Conselho da empresa. No entanto, há sinais de forte oposição ao polêmico pacote.
Pacote de Musk gera polêmica
De acordo com informações do The Guardian, o fundo soberano da Noruega já manifestou ser contrário ao pagamento.
Sétimo maior acionista da Tesla, com uma participação de 1,12%, a entidade afirmou que, embora aprecie o “valor significativo criado sob o papel visionário de Musk”, está preocupado com os riscos envolvidos.
No ano passado, o fundo petrolífero norueguês votou contra o que era até então o maior pacote salarial da história corporativa dos EUA e que seria oferecido ao sul-africano.
A proposta acabou sendo aprovada, mas foi suspensa pela justiça norte-americana.
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O que está em jogo?
A proposta que será analisada pelos acionistas da Tesla prevê um pacote de ações a ser distribuído a Musk ao longo de dez anos, caso ele atinja uma série de metas ambiciosas. Entre elas, estão: aumentar o valor de mercado da empresa de US$ 1,4 trilhão (R$ 75 trilhões) para US$ 8,5 trilhões (R$ 456 trilhões); vender 20 milhões de veículos elétricos; colocar um milhão de robôs humanoides em operação; e ter um milhão de robotáxis rodando comercialmente.
O plano também inclui dez milhões de assinaturas do sistema de direção autônoma FSD, considerado um dos pilares da estratégia tecnológica da empresa. Se alcançasse todos os objetivos, Musk passaria a deter quase 29% das ações da Tesla.
O pacote é dividido em 12 etapas de compensação, atreladas ao desempenho da empresa. Segundo o conselho, esse formato é uma forma de garantir que o pagamento só ocorra mediante resultados concretos e manter o executivo motivado a longo prazo. Para a presidente da Tesla, Robyn Denholm, o plano reflete “a escala da visão de Musk”. E reconhece seu papel central na transformação da companhia numa líder de robótica e inteligência artificial.
Críticos, porém, afirmam que o plano vai muito além de um bônus por desempenho. Consultorias como Glass Lewis e ISS Stoxx recomendaram que investidores rejeitem a proposta, alegando que o pacote poderia ser parcialmente concedido mesmo que metas operacionais não fossem cumpridas. Além disso, destacam que o conselho da Tesla é composto por amigos e familiares de Musk, o que levantaria dúvidas sobre a independência das decisões.
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