IA é mesmo a culpada dos cortes em massa no setor corporativo?

Empresas como Amazon, UPS e Target estão promovendo demissões em larga escala, eliminando mais de 60 mil vagas apenas neste ano. Embora muitos apontem a inteligência artificial (IA) como culpada, especialistas afirmam que os cortes refletem também ajustes econômicos e estruturais.

Segundo o professor Peter Cappelli, da Wharton School, há pouca evidência de que a IA, por si só, esteja substituindo trabalhadores em massa. “Usar IA para economizar empregos é um processo complexo e caro. Ainda existe a percepção errada de que é simples e barato”, destacou ele à CNBC.

Analistas explicam se a revolução da IA está realmente roubando empregos, ou apenas sendo usada como desculpa (Imagem: Moor Studio/iStock)

IA como pretexto para cortes

Algumas companhias, no entanto, admitem estar automatizando tarefas.

A Klarna reduziu seu quadro em 40% citando a IA; a Duolingo dispensou terceirizados por causa da automação; e a Salesforce demitiu 4.000 funcionários alegando que metade do trabalho poderia ser feito por sistemas inteligentes.

Mesmo assim, analistas apontam que muitas empresas usam a IA como justificativa conveniente para cortes de custos.

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Amazon lidera cortes e reacende o debate sobre IA substituir cargos (Imagem: Jim Parkin/Shutterstock)

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O caso mais simbólico é o da Amazon, que anunciou a maior rodada de demissões de sua história — 14 mil cargos corporativos.

Desde 2022, a empresa já eliminou mais de 41 mil posições. O CEO Andy Jassy afirmou que a meta é “operar como a maior startup do mundo”, tornando a estrutura mais ágil e menos burocrática.

Apesar de negar que a IA esteja substituindo funcionários, Jassy reconhece que a automação influenciará futuras reduções. A Amazon vem investindo pesado — US$ 125 bilhões neste ano — em infraestrutura e ferramentas de IA, que devem remodelar sua força de trabalho nos próximos anos.

Fantasma da IA ronda os escritórios americanos enquanto grandes empresas realizam cortes (Imagem: Stokkete/Shutterstock)

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