Sexta-feira, happy hour, amigos reunidos e um brinde para relaxar. A cena é comum, mas o que pouca gente considera é o impacto que esse hábito pode ter nos resultados da dieta. De acordo com a 3ª edição do Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), divulgado em 2025 pela Unifesp e pelo Ministério da Justiça, 42,5% dos brasileiros consomem bebidas alcoólicas regularmente. E, entre eles, muitos tentam conciliar esse hábito com planos alimentares e treinos.
Mas afinal, é possível beber e manter o peso sob controle?
O que o álcool faz com o metabolismo
Quando ingerido, o álcool é rapidamente absorvido e levado ao fígado, onde passa a ser metabolizado. O problema é que, enquanto o órgão se ocupa de processar o etanol, o corpo interrompe temporariamente a queima de gorduras e carboidratos.
“A prioridade do organismo é eliminar o álcool, que é visto como uma substância tóxica. Por isso, durante esse processo, o metabolismo da alimentação fica em segundo plano”, explica a médica Sylvia Ramuth, diretora técnica do Emagrecentro.
Na prática, isso significa que mesmo com uma alimentação equilibrada, a perda de gordura pode ser retardada quando há consumo frequente de álcool.
Dá para equilibrar?
Segundo especialistas, a chave está no déficit calórico global — isto é, consumir menos calorias do que se gasta. Mesmo assim, é importante lembrar que as bebidas alcoólicas não oferecem nutrientes e são ricas em calorias “vazias”. Uma taça de vinho seco tem em média 120 calorias; já drinques elaborados com xaropes e licores podem ultrapassar 300.
Sylvia reforça que, para quem busca emagrecimento, o ideal é reduzir a frequência e fazer escolhas inteligentes. “Nem toda bebida tem o mesmo impacto. Prefira versões com menos açúcar e menor teor calórico”, orienta.
Álcool e dieta não combinam. Foto: Freepik
Estratégias para um consumo mais equilibrado
Alguns cuidados simples ajudam a evitar exageros e reduzir os efeitos do álcool no organismo:
Intercale com água. O álcool tem efeito diurético, favorecendo a desidratação e a ressaca. Beber água entre os drinques ajuda o corpo a eliminar toxinas e reduz a vontade de continuar bebendo.
Respeite o dia seguinte. “Quem treina deve ter atenção especial. O álcool prejudica a síntese de proteínas, essencial para a recuperação muscular. Beber antes de treinos intensos pode comprometer o desempenho e aumentar o risco de lesões”, explica Sylvia.
Tenha um limite definido. Estabelecer uma quantidade antes de sair é uma forma simples de manter o controle e evitar o acúmulo de calorias extras.
Não beba em jejum. Ingerir álcool sem se alimentar potencializa a absorção e acelera os efeitos no sistema nervoso, causando tontura e hipoglicemia.
O álcool pode até fazer parte de momentos sociais, mas deve ser tratado com moderação, especialmente por quem busca resultados de emagrecimento. “O segredo é o equilíbrio. Com planejamento e limites claros, é possível aproveitar sem comprometer a saúde nem os objetivos pessoais”, conclui Sylvia.
Resumo:
O álcool desacelera o metabolismo e interfere na queima de gordura, mas o consumo moderado e estratégias simples — como intercalar com água e evitar beber antes do treino — ajudam a manter o equilíbrio. Escolher bebidas menos calóricas e respeitar os limites do corpo são atitudes que garantem um brinde mais consciente.
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