Saiba como animais podem ajudar na recuperação de pacientes internados

A presença de animais em ambiente hospitalar pode mudar o clima de um quarto e o estado emocional de quem está internado. Com a rotina de exames, medicamentos e períodos de reclusão, o contato com cães, gatos e até cavalos tem se mostrado uma estratégia eficaz para aliviar a ansiedade dos pacientes.

As terapias assistidas por animais, além de oferecer conforto emocional, também estimulam o corpo, favorecem a recuperação e ajudam o paciente a manter o ânimo durante o tratamento. As sessões são organizadas e acompanhadas por profissionais, para que o contato aconteça de forma segura e traga benefícios à saúde.

Leia também

É o bicho!

Como a convivência com animais ajuda a superar o medo de ficar sozinha

É o bicho!

Terapia de reabilitação canina: guia completo para a saúde do seu cão

É o bicho!

O que o gato quer “dizer” ao trazer animais mortos para sua cama

Ciência

Entenda por que animais não podem falar como os humanos

Benefícios das terapias assistidas por animais

O contato com os animais provoca respostas rápidas no corpo e na mente — a presença de um cão ou gato pode reduzir a pressão arterial, diminuir os batimentos cardíacos e aliviar dores físicas. Além disso, o toque e a troca de afeto estimulam a liberação de hormônios ligados ao prazer, ajudando o paciente a relaxar e se sentir mais disposto durante o tratamento.

“O vínculo criado com o animal desperta no paciente uma sensação real de acolhimento. A liberação de ocitocina, o hormônio do bem-estar, ajuda a reduzir o estresse e reforça a ideia de que o hospital também pode ser um espaço de cuidado e afeto”, afirma Janaina Samara, psicóloga do Hospital Mantevida, em Brasília.

Durante as sessões, muitos pacientes mostram mais tranquilidade e até voltam a fazer atividades que haviam deixado de lado, como conversar, sorrir ou realizar exercícios simples. O animal também ajuda a quebrar o silêncio e a tensão de um ambiente hospitalar.

A prática favorece a aproximação entre o paciente, a equipe de saúde e outras pessoas internadas. Em crianças, a terapia ajuda a reduzir o medo e a dor em procedimentos médicos. Adultos relatam sensação de calma e segurança, enquanto idosos apresentam melhora do humor e redução da solidão.

Como os animais participam das terapias

Os programas de terapia assistida selecionam animais dóceis e sociáveis, geralmente com comportamento tranquilo e que consigam se adaptar a ambientes novos. Antes mesmo de atuar, eles passam por uma avaliação veterinária que inclui vacinação, exames de rotina e teste de temperamento. Os habilitados são apenas os que demonstram prazer na interação humana.

Cães são os principais parceiros das terapias assistidas, por terem natureza sociável e facilidade de adaptação a ambientes hospitalares

Por ser mais fácil de treinar e pela afeição natural às pessoas, os cães são os mais comuns nessas atividades. Os gatos também participam, principalmente com pacientes que preferem contatos mais calmos e silenciosos. Já os cavalos, apesar do porte, integram terapias em áreas externas e ajudam na reabilitação motora e emocional, estimulando equilíbrio, coordenação e concentração dos pacientes.

“O mais importante é que o animal goste do contato com pessoas. Quando ele se sente à vontade, a troca acontece de forma natural e o paciente também responde melhor. É uma parceria que só funciona se houver bem-estar dos dois lados”, explica Isabella Tucholski, médica veterinária da Clínica Veterinária Asa Norte (CVAN).

Principais benefícios da terapia assistida por animais

Redução da ansiedade, do estresse e da pressão arterial.
Melhora do humor, da autoestima e da disposição.
Estímulo à comunicação e à socialização com a equipe e outros pacientes.
Diminuição da percepção de dor e aumento da sensação de bem-estar.
Fortalecimento da adesão ao tratamento e recuperação física.

Cuidados e limites da terapia assistida por animais

Para garantir a segurança de todos os envolvidos na prática, os animais são higienizados, supervisionados e liberados apenas em ambientes adequados. Pacientes com alergias, fobias ou imunidade comprometida não participam dessas atividades. A interação ocorre de forma assistida, respeitando o ritmo e os limites de cada pessoa e do próprio animal.

“As interações entre o paciente e o animal devem ser sempre assistidas, visando respeitar as necessidades e limites de ambos. Os supervisores especializados buscam quaisquer sinais de estresse, cansaço ou desconforto, garantindo que ambos tenham a liberdade de se afastarem e descansarem, se necessário”, detalha Isabella.

Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto!