Vai comprar uma nova placa-mãe? Fique atento a estas 4 coisas

Atualizar o sistema de hardware do notebook ou desktop é uma prática comum entre quem busca mais desempenho sem gastar com uma máquina nova. No entanto, esse processo exige planejamento, especialmente quando a ideia é manter o coração do sistema: a placa-mãe.

Este componente é a espinha dorsal do computador, conectando e gerenciando todos os outros elementos do sistema. Por isso, entender como a placa-mãe influencia a atualização do PC e do hardware é essencial para evitar incompatibilidades e garantir o melhor desempenho possível.

Se você pretende reutilizar a sua placa-mãe atual e trocar apenas algumas peças, é essencial entender suas limitações. Essa decisão pode economizar recursos, mas também impõe restrições técnicas importantes que precisam ser observadas com cuidado.

Planejar a atualização do PC levando em conta as especificações da placa-mãe é o primeiro passo para garantir que o novo hardware funcione corretamente e entregue todo o potencial esperado.

4 configurações da placa-mãe que podem prejudicar a atualização do seu PC

Cada placa-mãe é projetada com um conjunto específico de recursos. Ignorar essas especificações é o erro mais comum ao planejar um upgrade. A seguir, veja os principais fatores que podem limitar o sucesso da sua atualização de hardware no PC e entenda por que escolher a placa-mãe certa é tão importante nesse processo.

Soquete da CPU e suporte à geração de processadores

O soquete da placa-mãe define quais processadores podem ser usados no PC, sendo essencial para uma atualização de hardware bem-sucedida (Imagem: TimeStopper69 / Shutterstock.com)

Essa é a limitação mais óbvia e também a mais crítica. O soquete da placa-mãe é o encaixe físico onde o processador é instalado, e ele varia conforme a geração e o fabricante da CPU. Um soquete LGA 1700, por exemplo, é compatível com processadores Intel das 12ª e 13ª gerações, mas não serve para chips AMD, que utilizam soquetes AM4 ou AM5.

O problema, porém, vai além do encaixe. Mesmo com o mesmo soquete, é preciso que a BIOS da placa reconheça o novo processador. Muitas placas-mãe AM4 suportam CPUs Ryzen de diferentes gerações, mas exigem uma atualização de BIOS para funcionar com modelos mais novos. Sem uma CPU compatível instalada, essa atualização pode ser impossível, a menos que a placa tenha a função de BIOS Flashback.

Dica: antes de investir em um novo processador, consulte o site do fabricante da placa-mãe e verifique a lista oficial de compatibilidade. Isso evita surpresas desagradáveis e garante que o upgrade realmente funcione.

Quantidade e tipo de slots de memória RAM

O tipo e a velocidade da memória RAM precisam ser compatíveis com a placa-mãe do PC para que a atualização de hardware funcione corretamente (Imagem: Eduardo Y / Shutterstock.com)

A memória RAM é outro ponto crítico de compatibilidade. O primeiro aspecto a se observar é o tipo: placas mais antigas usam DDR3, enquanto as atuais trabalham com DDR4 ou DDR5. Esses padrões são fisicamente diferentes e não intercambiáveis.

Além disso, verifique a capacidade máxima e a frequência suportada. Uma placa-mãe de entrada pode limitar o total a 32 GB, enquanto modelos mais avançados chegam a 128 GB. Se você edita vídeos, trabalha com design 3D ou usa máquinas virtuais, essa diferença é fundamental.

A frequência também importa: não adianta comprar um kit DDR4 de 4000 MHz se sua placa só aceita até 3200 MHz. Nesse caso, o sistema reduzirá automaticamente a velocidade para o máximo suportado, desperdiçando parte do investimento. Outro ponto importante é evitar a mistura de módulos de marcas ou frequências diferentes, pois isso pode causar instabilidade.

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Conectividade e slots de expansão (PCIe)

Os slots PCIe da placa-mãe determinam o que pode ser conectado ao PC, influenciando o desempenho e a eficiência da atualização de hardware (Imagem: Nor Gal / Shutterstock.com)

Os slots de expansão determinam o que você pode conectar à placa-mãe e com que desempenho. O mais importante é o PCIe x16, usado para a placa de vídeo.

Uma GPU PCIe 4.0 funciona em um slot PCIe 3.0, mas com metade da largura de banda, o que pode afetar o desempenho em tarefas mais pesadas. Se você pretende usar placas de vídeo modernas, prefira uma placa-mãe com PCIe 4.0 ou 5.0, mais preparadas para o futuro.

Outro ponto crucial são os slots M.2 para SSDs NVMe. Eles oferecem velocidades muito superiores aos SSDs SATA, mas nem todas as placas possuem mais de um slot. Além disso, em alguns modelos, o uso de um SSD M.2 desativa portas SATA, o que limita futuras expansões de armazenamento.

Placas compactas, como as de formato mATX ou ITX, também têm menos slots PCIe, o que pode ser um problema para quem deseja adicionar placas de captura, áudio dedicado ou redes Wi-Fi mais potentes.

Conectores de alimentação e sistema de refrigeração

Conectores de energia e refrigeração adequados garantem que a placa-mãe e o hardware do PC funcionem com estabilidade durante a atualização (Imagem: alexgo.photography / Shutterstock.com)

Um ponto frequentemente ignorado é a alimentação elétrica. Placas modernas exigem conectores de 8 pinos (ou 8+8 pinos) para a CPU. Se sua fonte de alimentação é antiga e possui apenas 4 pinos, ela pode não fornecer energia suficiente, causando desligamentos ou instabilidade.

Também é importante observar quantos conectores para ventoinhas (fan headers) a placa oferece. Computadores mais potentes geram mais calor e exigem mais refrigeração. Se a placa tiver poucos conectores, talvez seja necessário usar adaptadores ou controladores externos. O mesmo vale para iluminação RGB ou ARGB, que requerem headers específicos. Fontes modulares e adaptadores ajudam, mas não substituem uma alimentação adequada.

Antes de se empolgar com um novo processador ou uma placa de vídeo poderosa, dedique alguns minutos para analisar as especificações detalhadas da sua placa-mãe atual. Conhecer os limites do soquete, da memória RAM, dos slots de expansão e da alimentação é a chave para uma atualização de hardware do PC eficiente e sem surpresas.

Planejar a atualização do PC e do hardware com base nesses fatores garante que cada componente funcione em harmonia, aproveitando todo o potencial do sistema. Afinal, um bom upgrade não é sobre comprar as peças mais caras, mas sim as peças certas.

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