Todo muçulmano tem a missão de realizar o Hajj, a peregrinação religiosa à Meca, ao menos uma vez na vida. Um verdadeiro desafio em séculos anteriores, a viagem à cidade saudita se tornou mais fácil com o advento de meios de transporte mais rápidos. Mesmo assim, a obrigatoriedade não é universal: só precisa fazer o Hajj quem tem condições físicas e financeiras de empreender a jornada, o que inclui a capacidade de sustentar a família enquanto se ausenta de casa.
Quando acontece e o que se faz no Hajj
O Hajj ocorre entre o 8º e o 13º dias do último mês do ano islâmico, chamado de Dhu al-Hijja. Como o calendário segue a lua, porém, essa data é móvel em relação ao sistema de datas usado no nosso calendário gregoriano. O próximo Hajj, por exemplo, começa no que para nós seria o dia 26 de maio de 2026. Em 2027, o início será um pouco mais cedo, em 15 de maio. E assim sucessivamente, um pouquinho mais cedo a cada ano, passando por todas as épocas.
A flutuação da data ao longo do ano significa que a dificuldade do Hajj também é diretamente influenciada pelo clima. Entre 2015 e 2024, por exemplo, a efeméride ocorreu durante o verão saudita, com temperaturas beirando os 50ºC durante o dia e expondo muitos peregrinos a riscos: só em 2024, estima-se que mais de 1,3 mil pessoas morreram como consequência do calor extremo enquanto faziam a jornada.
Quando a área externa fica lotada, peregrinos também podem dar voltas pelos corredores internos da mesquita. Passagens são alternativas também para pessoas com mobilidade reduzida, como idosos e quem tem alguma deficiência físicaMohammad Mubasher/Unsplash
Nos próximos anos, a expectativa é que a viagem fique um pouco mais fácil nesse aspecto, já que ao menos o Hajj escapará ao verão nos próximos. Como a data vai regredindo no calendário sobre meses mais frios, o Hajj só cairá novamente no inclemente verão da Península Arábica a partir de 2050.
Quando o peregrino se aproxima da Meca, no 8º dia de Dhu al-Hijja, ele deve se dirigir a um dos chamados miqat, entrepostos localizados a o redor da cidade – a distâncias de 82 km a 424 km, dependendo do miqat escolhido – que funcionam como uma fronteira inicial para o Hajj.
Ali, os interessados em concluir a peregrinação devem aderir ao ihram, um conjunto de regras de vestuário e comportamento que guia a maneira como cada pessoa deve se portar durante esses dias. A ideia de submeter todos às mesmas normas é mostrar a igualdade dos peregrinos diante de Alá.
Os círculos do tawaf
A parte final da peregrinação envolve a ida até a Masjid al-Haram, a grande mesquita de Meca, onde fica a estrutura central da fé islâmica: a Kaaba, o edifício em forma de cubo considerado o lugar mais sagrado para os muçulmanos.
Ali, acontecem as cenas tipicamente associadas ao Hajj: o tawaf, o ritual de caminhar no sentido anti-horário ao redor da Kaaba, totalizando sete voltas. Tradicionalmente, os primeiros três círculos são feitos de forma mais rápida. O tawaf, demonstração de que todos servem igualmente ao mesmo Deus, deve ser feito ao menos duas vezes ao longo da viagem, uma ao chegar na Meca e a outra antes de ir embora.
Se possível, o ponto alto da viagem é encostar e beijar a Pedra Negra, uma rocha (acredita-se que seja um meteorito, embora ela nunca tenha sido analisada) que teria sido colocado lá pelo próprio Maomé. Mas, como as multidões muitas vezes tornam inviável chegar até a pedra, outra opção é apontar na direção dela (com a mão direita) a cada volta.
Resolva sua viagem aqui
Reserve hospedagem no Booking
Reserve seu voo
Reserve hospedagem no Airbnb
Ache um passeio na Civitatis
Alugue um carro






