Pesquisadores brasileiros encontraram a menor espécie do peixe cascudo-graveto vista até hoje. Com cerca de 10 cm, a espécie foi achada em riachos da Bacia do Alto Rio Paraguai, no Mato Grosso. O animal foi batizado de Farlowella kirane, em homenagem aos povos indígenas ancestrais do local. O último nome significa “pequeno” na língua dos Paresí.
A identificação da espécie foi liderada pela pesquisadora Manuela Dopazo, do Museu Nacional e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Os resultados foram publicados nesta sexta-feira (14/11) na revista científica Neotropical Ichthyology.
Leia também
Amazônia: seca elevou temperatura de lago a 41ºC e matou 200 golfinhos
Laranja e preto: conheça nova espécie de lambari achada em Mato Grosso
Besouro arretado: novas espécies de insetos são achadas na Caatinga
Nova espécie de mosca predadora é descoberta na Mata Atlântica
Para encontrar o peixe cascudo-graveto, os pesquisadores fizeram um trabalho de formiguinha. O primeiro passo de Manuela foi investigar aproximadamente 5 mil exemplares do gênero Farlowella em várias coleções científicas brasileiras e estrangeiras. As coleções são um conjunto de materiais preservados, catalogados e organizados para servir de estudo e pesquisa. No material do Brasil, foram encontrados quase 200 representantes dos Farlowella kirane.
Coletadas por diferentes cientistas, as evidências ajudaram a provar que o pequeno não era a forma juvenil de um peixe já existente, mas sim o exemplar de uma espécie nova. “Quando um especialista vai de fato se aprofundar, acaba vendo que pode ser outra espécie”, aponta o coautor do estudo, Marcelo Ribeiro de Britto, em comunicado.
Pertencente ao grupo do cascudo-graveto, o Farlowella kirane também faz jus ao nome: através de seu corpo fino e alongado, ele se camufla entre galhos e folhas presentes na água. De acordo com Britto, a estratégia serve para afastar predadores.
Os pesquisadores exaltam a importância de achar novas espécies na biodiversidade brasileira, local que ainda guarda muitos segredos. “Antes de propor qualquer projeto para conservação das espécies, precisamos primeiro conhecê-las e entendê-las”, destaca Manuela.
Novos estudos deverão ser realizados para entender o que levou a espécie a diminuir tanto de tamanho e qual o papel dela no ecossistema em que vive.
Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto!






