Como é a visita à Vinícola Góes, em São Roque

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Os 60 km que separam São Paulo de São Roque marcam também uma mudança na paisagem: saem os prédios, o asfalto e o barulho e entram o verde, o som dos pássaros e… as vinícolas. Acessado na altura do quilômetro 58 da Rodovia Raposo Tavares, o Roteiro do Vinho é um trajeto de dez quilômetros que passa por diferentes propriedades cultivadoras de uvas, além de restaurantes.

Um dos nomes mais consagrados por ali é o da Vinícola Góes. Fundada por imigrantes portugueses e administrada pela mesma família há quatro (quase cinco) gerações, ela ajudou a transformar a cidade em um polo de vinho no interior paulista — e hoje recebe visitantes interessados em aprender mais sobre a bebida.

Logo na chegada, salta aos olhos o edifício amarelo que foi o ponto de partida para a degustação premium que eu faria naquela tarde. Lá, fiz o credenciamento e recebi um chapéu que, naquele dia ensolarado, se mostrou mais que bem-vindo.

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Impossível de não notar a icônica fachada amarela da Vinícola GóesCecília Carrilho/Arquivo pessoal

Com o chapéu na cabeça, embarquei com o meu grupo no “Wine Bus”, uma espécie de caminhãozinho com laterais abertas que leva o grupo até os parreirais, enquanto a paisagem dos arredores invade o veículo.

Hora de subir a bordo do Wine Bus e seguir rumo aos parreiraisCecília Carrilho/Arquivo pessoal

O caminho até os vinhedos seguiu em meio a um bate papo com a sommelière, que parece saber de tudo um pouco, do cultivo das uvas às histórias da família Góes e da vinícola.

Depois, o Wine Bus estacionou e seguimos a pé entre as videiras, com o sol filtrando entre as folhas.

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Um mar de verde e uvas que traduz a essência de São RoqueCecília Carrilho/Arquivo pessoal

Ali, o corpo desacelera e a paisagem assume o ritmo. Há um mirante para quem quiser subir e observar tudo de cima, com uma vista privilegiada dos vinhedos e do verde que cerca a propriedade. Se você está em busca de uma foto para atualizar o feed do Insta, esse é o momento!

Uma pausa para admirar o visual dos parreirais de outro ânguloCecília Carrilho/Arquivo pessoal

Degustação harmonizada

Ao retornar para o veículo, o papo – que funciona como uma aula de história e biologia – continuou, enquanto tentávamos segurar o chapéu para que ele não voasse. No retorno à sede, entramos na cave, uma sala cercada por barris, onde a degustação nos esperava em uma mesa repleta de aperitivos.

A sala dos barris, onde o aroma do vinho e o ar fresco anunciam o início da degustação.Cecília Carrilho/Arquivo pessoal

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Eu já havia feito outras degustações, mas a da Vinícola Góes foi definitivamente a mais didática. A sommelière não apenas descreve os vinhos como também orienta quando provar, como segurar a taça, como aproximar o nariz, quando mastigar e até mesmo como movimentar a língua.

Além disso, ela sugere várias combinações com os aperitivos da tábua – que traz queijos, salame, lombo, tomate, chocolate e damasco -, indicando o momento certo de provar cada vinho para que o sabor do petisco se transforme no paladar.

Quem já assistiu a animação Ratatouille deve se lembrar da cena em que Remy combina queijo e morango e tudo parece ganhar cor, som e movimento. Foi assim que me senti.

A tábua de aperitivos que acompanha a degustação harmonizada é um espetáculo à parteCecília Carrilho/Arquivo pessoal

Com o tempo, a mesa vai ficando mais solta, as conversas ganham volume e o clima muda. A taça ajuda, claro, mas há algo no método guiado que realmente conduz o grupo. Do branco Maestria ao tinto Concreto, o que mais me conquistou foi o Philosophia, ícone seco da casa.

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No fim, cada visitante leva para casa a taça usada na degustação e o chapéu que acompanhou o passeio pelos parreirais. E quem quiser levar uma garrafa ganha um desconto para comprar os vinhos provados, disponíveis na loja da vinícola.

Restaurante, lago e além

A família Góes começou a comercializar seus vinhos em 1938, mas a história é ainda mais antiga: os irmãos Nhô Dito Góes e Firmino de Góes passaram a cultivar videiras e elaborar vinhos artesanais para consumo caseiro entre os anos 1910 e 1920.

A dupla se estabeleceu na região de Canguera, onde a viticultura paulista fincou raízes e, com o passar das décadas, a vinícola se expandiu, modernizou e passou a produzir rótulos que ganharam relevância nacional. Em 2003, a família inaugurou o parque enoturístico, que aproxima o público do processo de produção, rodeado por uma natureza belíssima e outros atrativos.

Em torno do edifício principal, aquele amarelo onde comecei meu tour guiado com degustação, há diversas outras estruturas. Assim, mesmo quem não tem uma experiência reservada pode admirar o lago ornamental, com carpas e uma pequena cascata, beber um cafezinho no Laguna Café, tomar mais vinho no Góes Wine Bar ou comprar um mimo na lojinha de souvenir.

O lago ornamental é um dos cantinhos mais fotogênicos da Vinícola GóesParque Vinícola Góes/Reprodução

A loja de vinhos ocupa 400 m² do edifício principal. De clima bem interiorano, com atendimento próximo e uma grande seleção do portfólio da Góes, as opções vendidas são para todos os gostos e bolsos.

Quem quiser estender o dia – como foi o meu caso – pode considerar também o almoço no restaurante Vale do Vinho, dentro da propriedade, que serve peixes, massas e grelhados. O filé ao Vale do Vinho é o carro-chefe e estava realmente uma delícia.

Com sabor intenso, o filé ao vale do vinho traduz a essência da vinícolaCecília Carrilho/Arquivo pessoal

Outros passeios

Como São Roque fica pertinho da capital, a Vinícola Góes virou um destino perfeito para um bate e volta.

A degustação premium, que descrevi acima, acontece aos sábados e domingos, das 13h às 16h, e dura cerca de duas horas. O valor é de R$ 235 por pessoa.

Mas há outras formas de explorar o universo Góes. A degustação orientada, por exemplo, é mais curta e acessível. Ela acontece aos sábados e domingos, das 10h30 às 16h30, pelo valor R$ 70. Na visita, são degustados cinco rótulos, entre vinhos e espumantes, sem ida aos vinhedos, mas com o mesmo cuidado na explicação.

Para um toque mais romântico, o piquenique nos vinhedos (a partir de R$ 295) é a pedida. Aos sábados e domingos, das 11h30 às 15h, os visitantes se acomodam entre os parreirais acompanhados de uma tábua de frios e croissants para harmonizar com os vinhos da marca.

O tour dos vinhedos (R$ 90) também acontece aos sábados e domingos, das 10h30 às 16h30, e leva os visitantes a bordo do “Wine Bus” para conhecer as áreas produtivas e de cultivo, com direito a um brinde com espumante moscatel.

E para aqueles que são mais atléticos, o wine bike (R$ 75) é o passeio ideal. Ele acontece sempre aos domingos, às 8h30, com o grupo pedalando entre os vinhedos, com paradas para frutas, sucos, sanduíches e – claro – uma degustação especial no fim.

Por fim, vale ficar de olho na vindima, o evento mais esperado do ano. É quando os visitantes podem participar da colheita das uvas, da pisa no lagar e de um almoço no estilo churrascada, com carnes, acompanhamentos e música ao vivo. Em 2026, ela acontece nos dias 17, 18, 24, 25 e 31 de janeiro e 1º de fevereiro, a partir de R$ 590.

Os ingressos para todas as atividades estão disponíveis no site da vinícola.

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