Embora muitos humanos ainda os vejam como animais misteriosos, os gatos são comunicadores extremamente hábeis.
Segundo a pesquisadora Julia Henning, especialista em comportamento felino da Universidade de Adelaide (Austrália), “os gatos usam posturas, cheiros e vocalizações para evitar conflitos — eles são muito claros, mas nós é que não estamos ouvindo”.
Ela lembra que até mesmo o miado, pouco usado entre gatos adultos, foi adaptado especialmente para a comunicação com humanos.
Quando o humano erra na leitura
Um novo estudo publicado na Frontiers in Ethology mostra o quanto ainda interpretamos mal esses sinais;
Os pesquisadores pediram que 368 participantes assistissem a vídeos de interações entre humanos e gatos — alguns animais estavam brincando, outros claramente desconfortáveis;
Os resultados revelaram que muitas pessoas não conseguem reconhecer sinais negativos, como tensão corporal ou tentativa de afastamento;
“Mesmo sinais bem evidentes, como sibilar ou tentar fugir, foram classificados como positivos em 25% dos casos”, afirma Henning.
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O estudo também mostrou que, mesmo quando os sinais eram corretamente identificados, muitos participantes ainda escolheram interagir de forma inadequada, aumentando o estresse do gato e o risco de acidentes.
Estresse prolongado pode levar a inflamações, agressividade e problemas comportamentais — além de aumentar a chance de mordidas e arranhões.
Para Henning, a solução passa por observar melhor e respeitar limites: “Quando o gato avisa, precisamos escutar. Com prática, qualquer pessoa pode se tornar fluente em gato.”
A matéria original sobre o tema foi publicada no The Conversation.
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