As maiores empresas de tecnologia vivem um momento paradoxal: apresentam resultados sólidos, mas veem sua estrutura financeira ser remodelada por investimentos bilionários em inteligência artificial, como explica uma análise do Wall Street Journal.
Microsoft, Google (Alphabet) e Amazon já destinaram mais de US$ 600 bilhões à tecnologia desde 2023 — e podem ultrapassar US$ 1 trilhão em quatro anos, caso as projeções se confirmem.
Efeito imediato no caixa e na estrutura de custos
Apesar de lucros robustos, o ritmo acelerado de investimentos começa a pesar.
A Microsoft viu sua fatia de caixa cair de 43% do total de ativos em 2020 para 16% neste ano.
Alphabet e Amazon enfrentam trajetória semelhante, com reservas financeiras encolhendo enquanto os ativos aumentam puxados por infraestrutura de IA.
Os fluxos de caixa também mostram desgaste: Alphabet e Amazon devem fechar o ano com valores menores do que em 2023.
A Microsoft, embora registre alta técnica, teria queda se incluísse arrendamentos de data centers em seu cálculo. E não deve parar: as três empresas planejam mais de US$ 400 bilhões em gastos combinados já em 2025.
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Modelo de negócios em transição — e investidores mais cautelosos
A pressão sobre o caixa e o avanço do endividamento — como a emissão de US$ 30 bilhões pela Meta e US$ 18 bilhões pela Oracle — marcam uma mudança estrutural.
Analistas afirmam que o setor começa a se aproximar de indústrias intensivas em capital, como a de semicondutores, nas quais escolhas tecnológicas erradas podem custar caro.
Para investidores, o recado é claro: a avaliação das big techs passa a depender mais de métricas como usuários de IA e contratos futuros, e menos da escalabilidade típica do software.
A reação recente do mercado, com quedas nas ações de Amazon e Google, indica que a paciência com apostas ainda não rentáveis em IA tem limites — e decisões estratégicas difíceis serão inevitáveis nos próximos anos.
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